Inflação e dados de atividade dominam semana pós-feriado

A semana deve permotior encontrar pistas para as futuras decisões dos BCs globais sobre juros

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O compromisso dos Bancos Centrais (BCs) globais em arrefecer e controlar os níveis de preço – segundo eles, “inaceitavelmente elevados” – em suas economias, elevou o patamar da taxa de juros a níveis não observados desde, ao menos, no início do século. O trabalho foi parcialmente cumprido com a desaceleração da inflação nas principais economias, porém, a incerteza, é se os níveis de preço podem voltar a subir e, com isso, se o trabalho realizado foi suficiente ou precisa apertar ainda mais o atual ciclo contracionista da política monetária.

Os dirigentes dos BCs afirmam – em comunicados, atas e discursos – que as próximas decisões de taxa de juros são “dependentes de dados”, ou seja, de como se comportam as variáveis macroeconômicas de níveis de preço e de atividade econômica. A semana entre os dias 11 e 15 de setembro é um prato cheio para encontrar pistas para as futuras decisões dos BCs globais em suas próximas reuniões.

Estão principalmente no radar dos investidores as divulgações dos dados de inflação ao consumidor do Brasil, na terça-feira, 12, e dos EUA, quarta-feira, 13. Ambas apresentam um quadro de desaceleração, embora os últimos indicadores no Brasil apontam retomada de aceleração tanto na margem como no acumulado dos últimos 12 meses. 

RETOMADA DA ALTA

Na prévia do indicador brasileiro, divulgada em 25 de agosto, o IPCA-15 mostrou retomada de alta da inflação mensal de -0,07% para 0,28%, inclusive acima do consenso de 0,17% do mercado. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 teve a primeira elevação em relação ao mês anterior desde o pico de 12,20% em maio de 2022. O indicador de agosto subiu de 3,19% para 4,24%, número também acima das projeções.

A estimativa do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA é de alta de 0,2% para 0,5% em agosto. Enquanto a projeção para o núcleo do IPC é de estabilidade, com a manutenção de elevação estimada em 0,2% (magnitude igual ao mês anterior). Vale lembrar que o cálculo do núcleo do IPC exclui preços voláteis, como energia e alimentos.

Por isso, o preço dos combustíveis deve ser o maior dessa alta no mês passado, graças ao maior patamar de preços do petróleo WTI – referência de preço nos EUA – desde novembro de 2022. Após recuo no primeiro semestre, o preço do barril do WTI teve uma alta acumulada de 2,24% em agosto, o terceiro avanço mensal seguido e 1 mês após da escalada de 15,8% dos preços em julho.