Eletrobras anuncia acordo para venda da usina de Candiota

Decisão configura uma operação para se desfazer de ativos não estratégicos

A usina termelétrica de Candiota vai mudar de mãos. A Eletrobras anunciou nesta sexta-feira, 8, que chegou a um acordo com o grupo Âmbar Energia, da J&F, para vender a usina termelétrica e comprar linhas de transmissão de energia. A decisão configura uma operação para se desfazer de ativos não estratégicos e descruzar participações com empresas sócias.

O negócio prevê a venda da usina Candiota, localizada na metade sul do estado, por um valor estimado em R$ 72 milhões. Com 350 megawatts (MW) de capacidade instalada, a usina era o único ativo de geração movido a carvão do portfólio da Eletrobras, e integrava um pacote de usinas que foram colocadas à venda pela companhia para sair das fontes fósseis, incluindo o gás natural. “Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da Eletrobras”, disse a companhia, em comunicado.

ALIENAÇÃO

A alienação deverá gerar um impacto contábil negativo para a Eletrobras de cerca de R$ 56 milhões no balanço do terceiro trimestre deste ano, afirmou a companhia. Em paralelo, a Eletrobras anunciou a compra de participações de 51% da Âmbar em dois ativos de transmissão, nos quais a Eletrobras já era sócia, por R$ 574 milhões.

As empresas de transmissão Vale do São Bartolomeu e Triângulo Mineiro Transmissora têm concessões que vão até 2043 e, juntas, somam uma receita anual permitida (RAP) de pouco mais de R$ 100 milhões. As unidades terão dívida líquida próxima a zero na data esperada da finalização da operação. Segundo a Eletrobras, houve uma melhora dos termos, estabelecidos em 2013, para compra e venda desses ativos. A CELGpar, que também é sócia na Vale do São Bartolomeu, tem um período para exercer seu direito de preferência na transação, disse a Eletrobras.

O acordo com a Âmbar também envolveu a opção de compra, por um real, de 51% em sociedades de propósito específico (SPEs) de geração eólica. As SPEs do complexo Baleia não detêm ativos operacionais ou dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma ação de cobrança de indenização securitária, disse a Eletrobras.