Centro Histórico lidera em ocorrências de furto, roubo e posse de entorpecentes na Capital

Em relação aos dois primeiros crimes região registra de três a quatro vezes mais ocorrências que a segunda colocada - o bairro Floresta

Mesmo com redução em indicadores, região central é uma das mais perigosas da capital. Foto: Marcel Horowitz

Mesmo com redução em parte dos indicadores de criminalidade entre janeiro e julho de 2023, o Centro Histórico de Porto Alegre lidera as estatísticas de três crimes, conforme dados obtidos com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), fornecidos pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP). A região atingiu a marca de 2.503 ocorrências de furto, 1.369 de roubo e 140 de posse de entorpecentes nos primeiros sete meses do ano. Treze homicídios foram registrados no Centro, nesse mesmo período.

Conforme os indicadores, a região teve de três a quatro vezes mais ocorrências de furto e roubo que a segunda colocada (veja ao fim da matéria). A legislação brasileira descreve o crime de furto como subtração, ou seja, diminuição do patrimônio de outra pessoa, sem que haja violência. Apesar do alto índice de registros, o período analisado demonstra redução no indicador. Durante o mês de janeiro, foram 392 ocorrências, contra 297 em julho.

Já nas ocorrências relacionadas a roubo, aqueles que envolvem ameaça com arma de fogo ou violência, os índices oscilaram. No início do ano, foram registradas 160 na região. O pico do período ocorreu em maio, com pelo menos 263 crimes do tipo no Centro. As forças de Segurança conseguiram, porém, reduzir o indicador. Julho teve 162 ocorrências, encerrando o período com queda.

No que se refere ao crime de posse de entorpecentes, o Centro Histórico fica em segundo lugar, mas atrás das ocorrências onde o local da abordagem não chega a ser informado durante o registro. De janeiro a julho, foram 140 pessoas flagradas portando algum tipo de entorpecente na área central da cidade.

Brigada Militar salienta que indicadores diminuíram e ressalta ações

Conforme o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), tenente-coronel Fábio da Silva Schmitt, o Centro Histórico conta com 40 mil moradores. Uma média superior a 400 mil pessoas circula diariamente pela região. O oficial ressalta que todos os indicadores diminuíram, atribuindo o resultado a operações realizadas pela corporação. “70% são roubos a pedestres, a principal ocorrência aqui no 9º BPM, [em que] são levados os celulares. O celular é subtraído quando acontece o roubo a pedestre. Então fazemos, durante todas as semanas, a Operação Mobile, em vários pontos do Centro Histórico. O objetivo é capturar os receptadores e buscar telefones roubados, furtados ou com alguma irregularidade”, detalha.

O comandante do 9º BPM também explica que outra ação desenvolvida, buscando aumentar a sensação de segurança de moradores e frequentadores do Centro, envolve os chamados “Pontos Base”. A medida consiste em colocar policiais militares em locais estratégicos, entre 6h e 23h, para servirem de referência e estarem disponíveis a atender às mais diversas ocorrências que surgirem.

O tenente-coronel também reforça o apelo para que a população não deixe de registrar ocorrência quando passar por uma situação de crime. “Que as pessoas não pensem que é perda de tempo, não pensem que não vai dar em nada, porque é muito importante para nós [BM] e para a Polícia Civil. A partir deles [registros], a gente pode realocar os meios humanos e materiais [para o combate]. Por um pequeno detalhe a Polícia Civil pode iniciar uma investigação e lograr êxito, tirando uma pessoa de circulação, uma arma, uma droga. Precisamos pensar dessa forma”, indica Schmitt.

Prefeitura de Porto Alegre projeta melhorias nos próximos meses

Para aumentar a segurança da região central da cidade, a Prefeitura de Porto Alegre anunciou a instalação de um novo posto avançado da Guarda Municipal, nos próximos meses. A estrutura, em formato de contêiner, similar à recém instalada no Parque Farroupilha (Redenção), vai ficar na Praça XV, perto do Terminal Parobé. A Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG) finaliza a elaboração do projeto arquitetônico da base.

O comandante da Guarda, Marcelo Nascimento, revela que a área central é uma das prioridades do Paço Municipal. Ele também enfatiza o uso da tecnologia para aumentar a sensação de segurança de moradores e frequentadores, e o ingresso de 58 novos agentes na corporação.

“Nós acreditamos que, com prevenção e tecnologia, podemos contribuir cada vez mais com as forças de Segurança do Estado. A tecnologia vai ser potencializada com a instalação de 10 novos totens, onde, além do videomonitoramento, eles vão ter interação com a população, aumentando assim a prevenção, a presença ostensiva e principalmente dando sensação de segurança para o cidadão e insegurança para a criminalidade”, projeta.

Outros bairros no topo do ranking 

Completando o ‘Top 4″ das estatísticas sobre furto, roubo e posse de entorpecentes na capital, aparecem os bairros Floresta, Partenon e Cidade Baixa, todos com índices bem inferiores aos do Centro Histórico.

No Floresta, foram 740 ocorrências de furto, 360 de roubo e 20 flagrantes de posse de entorpecentes, de janeiro a julho. No Partenon, foram lavrados registros de 543 furtos, 321 roubos e 23 situações de posse de entorpecentes. Na Cidade Baixa, bairro boêmio da capital, foram 513 furtos, 307 roubos e 28 ocorrências de posse nos primeiros sete meses do ano.