Inadimplência de agosto apresenta recuo na capital e no estado

Indicador ficou em 30,49% para o Rio Grande do Sul e 33,51% para Porto Alegre.

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O Indicador de Inadimplência CDL Porto Alegre, que divulga dados de pessoas físicas com limitação em crédito, cheque e protesto, aponta retração inédita em agosto. Conforme a entidade, o indicador ficou em 30,49% para o Rio Grande do Sul e 33,51% para Porto Alegre. Na comparação com fevereiro de 2022 houve um recuo de -0,33 ponto percentual e -0,44 percentual, respectivamente. Entretanto, apesar do recuo, os patamares superam os níveis verificados em agosto do ano passado.

De acordo com o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, o movimento da queda pode ser atribuído, em grande parte, à consolidação dos efeitos do programa federal “Desenrola Brasil” para a “Faixa 2”. “Os bancos estão oferecendo condições vantajosas para a renegociação de dívidas financeiras para quem ganha entre dois salários-mínimos até R$ 20.000 mensais, além da retirada do cadastro de negativados dos débitos vencidos até R$ 100”, esclarece Frank.

A queda da taxa de inadimplência no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, se considerada o período entre julho e agosto, foi de -0,42 ponto percentual em ambas as localidades. O número absoluto a menos na base de dados do SCPC, corresponde aos dois meses do “Desenrola” é de 35,7 mil no Rio Grande do Sul e 4,4 mil na Capital.

PERSPECTIVAS

O economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank, destaca que o levantamento “Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas”, conduzida pela FEBRABAN em agosto, mostrou que 68,8% das instituições financeiras consultadas apostam que a inadimplência relacionada às pessoas físicas na modalidade crédito livre permanecerá constante até o encerramento de 2023.

Em junho, a parcela dos que acreditavam em estabilidade era de 41,2%. Já os que projetam alta representam apenas 6,3% (de 47,1% na penúltima sondagem). Por fim, os que esperam baixa totalizam 25,0% – anteriormente eram 11,8%. Segundo Frank, alguns dos elementos favoráveis são: “(1) a “Faixa 1” do Desenrola, com estreia prevista para setembro; (2) a resiliência do mercado de trabalho e moderação da inflação, cuja combinação vem ajudando a aumentar a massa de salários real; (3) a potencialização que aconteceu nas transferências sociais da União. Por sua vez, o impacto do ciclo de redução da Taxa Selic deve ocorrer com mais força somente em 2024, em função da defasagem inerente à política monetária”.

O Indicador de Inadimplência CDL POA é elaborado pelo Núcleo Econômico da Entidade e mede mensalmente a inadimplência dos consumidores e das empresas do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre e utiliza dados da Boa Vista SCPC, a maior base de restritivos disponível no Rio Grande do Sul.