O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira que a reforma ministerial que está sendo negociada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a fim de abrir espaço ao chamado Centrão, deve ser finalizada até esta quarta-feira. “Sai de hoje para amanhã. Todos ficarão felizes”, declarou Dino durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília.
As negociações em torno da reforma ocorrem há meses. O primeiro anúncio formal por parte do governo, realizado no início de agosto, apontou como novos ministros os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). A falta de consenso sobre quais pastas eles vão assumir, porém, atrasa o anúncio presidencial. Diversos desenhos foram feitos durante as conversações.
A opção que ganhou mais força até o momento é a de que Fufuca chefie o Ministério do Esporte, atualmente comandado por Ana Moser – que, depois de demitida, pode ser nomeada para uma agência da área ou um mecanismo internacional. Já Costa Filho pode comandar o Ministério dos Portos e Aeroportos, chefiado por Márcio França – possivelmente transferido a outra pasta.
Uma das possibilidades é de que França assuma o Ministério da Ciência e Tecnologia, ocupado atualmente por Luciana Santos, ou o Ministério de Pequenas e Médias Empresas, a ser criado. O presidente cogita também realocar Luciana no Ministério das Mulheres, chefiado por Cida Gonçalves. Segundo fontes, Lula ainda não bateu o martelo.
Nesta terça, o presidente admitiu a troca na Esplanada dos Ministérios para abrir espaço aos partidos do Centrão. “É sempre muito difícil você chamar alguém para dizer: ‘Olha, vou precisar do ministério porque fiz acordo com um partido político e preciso atender’. Mas essa é a política”, afirmou o presidente durante transmissão em redes sociais, mais cedo.
De acordo com Lula, a reforma ministerial pode ajudar a construir uma maioria mais confortável no Congresso Nacional. “O governo tem propostas importantes para passar no Congresso Nacional. Os deputados não são obrigados a votar no governo porque o governo mandou. Precisamos construir maioria. Uma maioria para dar tranquilidade ao governo nas mudanças que precisamos fazer para aprovar determinadas coisas e para não permitir que coisas que sejam indigestas sejam aprovadas”, completou.
