Imagens recebidas pela PF sobre suposta agressão em Roma batem com depoimento de Moraes

Vídeos do Aeroporto Fiumicino, em Roma, foram captados por três câmeras, em ângulos diferentes

Foto: Imagem cedida/R7

As imagens da suposta agressão sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e por familiares no Aeroporto Fiumicino, em Roma, na Itália, recebidas pela Polícia Federal nessa segunda-feira, confirmam a versão dada por ele em depoimento à Polícia Federal em 25 de julho. A Record TV teve acesso à descrição das gravações. Os vídeos foram captados por três câmeras, em ângulos diferentes.

Os investigadores confirmaram o tapa dado pelo empresário Roberto Mantovani no filho de Moraes, Alexandre Barci de Moraes. Os agentes seguem analisando se a houve agressão intencional.

Roberto Mantovani Filho, Andreia Mantovani e Alex Zanatta são apontados como os responsáveis pelas agressões ao ministro e a familiares dele. A PF abordou o trio em 15 de julho, no desembarque do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Eles responderão em liberdade por crimes contra a honra e ameaça.

À Record TV, o advogado Ralph Tortima, que defende os três investigados pela agressão, disse que é favorável que o ministro Dias Tóffoli derrube o sigilo do inquérito e dê publicidade ao conteúdo das imagens, “para que não restem dúvidas do que ocorreu naquele dia”, afirmou.

Moraes havia viajado à Itália com a família para uma palestra na Universidade de Siena, no Fórum Internacional de Direito. Na semana passada, os advogados dos suspeitos pediram ao STF acesso às imagens do ocorrido antes da perícia da Polícia Federal.

Depoimentos
O ministro Alexandre de Moraes, a esposa e os filhos afirmaram à Polícia Federal, em julho, que as ofensas e agressões sofridas pela família tiveram motivação política e ocorreram com o intuito de constranger o magistrado.

Os cinco depoimentos — do ministro, da esposa e dos três filhos dele — foram realizados por videoconferência na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.

Entenda
O R7 apurou que, na hora da confusão, Moraes fazia o credenciamento para entrar em uma sala VIP quando os xingamentos começaram. Já dentro da sala, ele passou a ser alvo de gritos e a ser gravado. A suspeita Andreia Mantovani, conforme o relato do ministro, disse aos filhos dele que Moraes havia fraudado as urnas eletrônicas e roubado as eleições.

De acordo com relatos de quem teve acesso ao depoimento, Andreia chamou o marido. Nesse momento, Roberto Mantovani avançou contra o filho do ministro e xingou Moraes de “ladrão”. Foi então que o filho do magistrado pegou o celular para gravá-lo e levou um tapa no rosto. Um estrangeiro conteve Roberto.

Após a agressão, os suspeitos foram embora, mas retornaram momentos depois. Segundo o relato, Alexandre de Moraes se aproximou deles e disse que era a segunda vez que ofendiam e agrediam a família. Moraes avisou os suspeitos estar fazendo fotos para identificá-los e alertou sobre o risco de processo no Brasil. Após mais xingamentos, o ministro e a família deixaram o local.

O ministro, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conduziu a Justiça Eleitoral durante as eleições de 2022 e é relator dos inquéritos sobre os ataques de 8 de janeiro no STF.