A produção industrial brasileira de julho, a ser divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 5, vai marcar o impacto deste indicador sobre as tendências setoriais no mercado brasileiro. Além disso, as atenções dos agentes mundiais também devem se voltar para as decisões de política monetária dos bancos centrais da Austrália e do Chile, que têm potencial para influenciar nas curvas de juros ao redor do mundo.
Conforme a plataforma Investing.com com um declínio acumulado de -0,3% em 2023, os economistas querem confirmar se a produção em julho registrou o terceiro mês consecutivo de alta na margem e revertido a baixa no ano. Apesar da expansão de 1,1% em março, os quatro primeiros meses de 2023 registraram uma perda de -1% graças ao recuo de -0,3% em janeiro, de -0,2% em fevereiro e de -0,6% em abril. Os números positivos de maio (+0,3%) e de junho (+0,1%) diminuíram o impacto negativo da produção industrial brasileira no 1º semestre do ano.
A combinação da expansão de 0,9% do PIB no 2° trimestre, acima do esperado, com o início do corte da taxa básica de juros pelo Banco Central em agosto gera uma expectativa positiva para o desempenho do setor no segundo semestre. Se soma a isso um consumo das famílias que ganha dinamismo conforme a expansão de 0,6% entre abril e junho.
MERCADO DE AÇÕES
Essa perspectiva positiva pode antecipar movimentos na bolsa de valores a favor de papéis de empresas ligadas ao setor industrial, embora isso não tenha entrado na precificação dos investidores. Na última sexta-feira, 1, dado de divulgação do PIB do segundo trimestre, o índice do setor industrial avançou 1,13%, enquanto o Ibovespa subiu 1,86%. No ano, o índice do setor industrial tem avanço acumulado de 4,13%, enquanto o Ibovespa avança 7%.
Na composição do índice do setor industrial, os destaques do ano são a construtora Tenda e a produtora de material rodoviário Marcopolo. Ambas avançaram, respectivamente, 218,25% e 124,38% até agora em 2023. No lado oposto, as decepções do índice do setor industrial são Gafisa e Alpargatas. Ambas recuaram, respectivamente, 49,49% e 42,04% no ano. O desempenho negativo está também atrelado a problemas inerentes a essas duas empresas, não apenas a questões macroeconômicas.
