Os fabricantes de celular que atuam no mercado brasileiro têm um novo desafio: convencer o brasileiro a comprar um aparelho novo, e mais caro, de preferência. Antes da pandemia da covid-19, o tempo médio de troca do aparelho chegou a ser de até um ano, período que subiu para dois anos ou mais. E quando decide, a maioria dos brasileiros escolhe um modelo similar ao que já possui, ou escolhe um aparelho usado, em geral, das linhas iPhone, da Apple, ou Galaxy S, da Samsung.
Conforme uma pesquisa da consultoria GfK, com 7.784 entrevistas com consumidores ao longo de 2022, foram 30 milhões de celulares vendidos no varejo, dos quais 22 milhões substituições por modelos similares e 8 milhões foram atualizações para um modelo mais avançado. O levantamento mostra ainda que 2,5 milhões de unidades representaram um segundo aparelho extra para o mesmo consumidor e que 4 milhões de unidades foram compradas para reposição de um celular perdido ou roubado. Somente 1,7 milhão de aparelhos representaram a primeira compra de um celular, em 2022.
MERCADO MENOR
Conforme dados do levantamento da consultoria, o mercado brasileiro de celulares está encolhendo. No primeiro semestre, as vendas no varejo, incluindo modelos 3G, 4G e 5G, somaram cerca de 14 milhões de unidades, queda de 12,5% comparado com a primeira metade de 2022, informou a GfK. O varejo concentra 90% das vendas de celulares no país, enquando os 10% restantes são vendas feitas pelas operadoras de telefonia.
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que em junho, o Brasil contava com 251,5 milhões de celulares ativos, com uma densidade média de 98,6 celulares para cada 100 habitantes. No primeiro trimestre, o preço médio de um smartphone estava na faixa de R$ 1.589. O celular Galaxy S23 5G, lançado pela Samsung em fevereiro, é oferecido na loja da marca a partir de R$ 5.400. O iPhone 14, modelo mais recente da Apple até o anúncio da próxima geração, em 12 setembro, é vendido a partir de R$ 7.600.
