O subchefe da Casa Militar – Proteção e Defesa Civil -, coronel Marcus Vinicius Gonçalves Oliveira, destacou que apenas 6% dos gaúchos se cadastraram para receber SMS com alertas preventivos aos temporais e eventos climáticos adversos no Rio Grande do Sul. Em coletiva de imprensa realizada em formato virtual, o especialista lamentou a baixa adesão e orientou as pessoas a solicitarem o cadastro e a buscarem ouvir os alertas para não se colocarem em situação de perigo.
“Nós precisamos que as pessoas se cadastrem no sistema de informações de alerta público do Estado e que respeitem aos avisos do poder público municipal e estadual, porque muitas vezes informamos a necessidade de deslocar pessoas que moram em regiões de risco de deslizamento e as pessoas têm resistência em sair dessas áreas”, salienta.
Oliveira reforçou que três das quatro mortes dos temporais que começaram nesse domingo ocorreram devido à imprudência das vítimas, que acabaram saindo de carro mesmo com chuva forte. Além de nunca enfrentar a força da correnteza, o coronel sugere que os gaúchos tomem pequenas atitudes diárias, como colocar o lixo no lugar certo, ajudando a evitar futuras – e fortes – inundações. Para evitar choques elétricos, ele também recomenda desligar eletrônicos da tomada.
“Estão lá na página da Defesa Civil do Estado uma série de medidas de segurança em caso de enxurrada: que as pessoas desliguem o sistema de energia porque há uma possibilidade grande de choque elétrico. Outra medida é não se aventurar em locais de inundação, também não se aventurar em grandes correntezas… Quando há enxurrada, aumenta a força da água, e mesmo [as pessoas] estando dentro de veículos, pode acontecer de ele ser levado pela água. Infelizmente foi isso a aconteceu. Há uma necessidade de mudarmos essa postura como um todo”, reforça.
No momento, o foco do monitoramento da Defesa Civil está no Vale do Taquari, em função de o nível do rio Taquari estar subindo. Os municípios de Lajeado e Estrela, assim como localidades do entorno, como Montenegro e São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, também vem sendo monitoradas de perto devido ao risco de enchentes. Já as cidades de Santa Maria e Caxias do Sul correm alto risco de deslizamentos de terra, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O coronel também atualizou os dados decorrentes do temporal. Até o fim da tarde desta segunda-feira, os municípios atingidos eram mais de 40, com mais de duas mil pessoas afetadas diretamente e mais de dois milhões, indiretamente.
Ao todo, foram quatro óbitos, todos no Norte gaúcho: dois em Ibiraiaras, de um casal que ficou preso dentro de um veículo levado pela correnteza; um em Mato Castelhano, de um homem em uma camionete também levada pela correnteza; e outro em Passo Fundo, de um homem que sofreu choque elétrico.