Farsul faz avaliação realista da Expointer e do momento do agro

Entidade elogiou o evento como sendo extrafronteiras do Rio Grande do Sul, mas mostrou preocupação com as dificuldades do setor e com a queda no preço da carne

Gedeão Pereira avaliou momento difícil vivido pelo produtor rural, que plantou com preços altos e vendeu com cotações depreciadas. | Foto: Maria Eduarda Fortes

A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) reuniu a imprensa para almoço neste domingo para avaliar a Expointer e o panorama atual que envolve o agro. “Esta Expointer tem uma mensagem para dar, de que não é mais uma feira de nível estadual, mas nacional, muito maior que a fronteira do Rio Grande do Sul”, disse o presidente da Farsul, Gedeão Pereira. No encontro, a entidade abordou temas sensíveis para a agropecuária, como as dificuldades do setor leiteiro, a queda nos preços de grãos e carnes, o calendário de plantio da soja, segurança jurídica na questão agrária e o acordo Mercosul-União Europeia.

Na programação da Farsul na Expointer, Pereira destacou o seminário sobre invasões de terra, a presença da Confederação Nacional do Agronegócio (CNA) em seu espaço e reuniões de mulheres produtoras. O presidente ressaltou ainda o encontro da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm) que tomou posição sobre a decisão da União Europeia de barrar a importação de produtos relacionados ao desmatamento de ecossistemas florestais após 31 de dezembro de 2020. ”É o repúdio ao acordo. Contestamos porque é um acordo de proteção comercial, não é mais um acordo de proteção ambiental, que nos impõe regras e afeta nossa soberania nacional”, destacou.

Pereira também saudou o lançamento na Expointer da Delegacia de Polícia Online do Agro (Agrodol), ferramenta que deve facilitar registros de ocorrências policiais de crimes ocorridos em áreas rurais gaúchas. Ele ainda aplaudiu a abertura de mercados de Israel, para a carne de frango. “É a maior pecuária do RS, disparada, talvez a cadeia do agro que esteja mais avançada no Exterior, porque trabalha com marcas brasileiras”, considerou, além de mencionar o novo mercado da República Dominicana para a carne suína.
Por fim, citou ainda o avanço do Programa Duas Safras, com reforço para a produção de milho, fundamental para as cadeias de aves e suínos, e falou da pauta ambiental, que esteve forte na Expointer. “Ainda temos que resolver a questão da irrigação, a simplificação dos processos para que o produtor possa continuar irrigando” concluiu.