A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) reuniu a imprensa para almoço neste domingo para avaliar a Expointer e o panorama atual que envolve o agro. “Esta Expointer tem uma mensagem para dar, de que não é mais uma feira de nível estadual, mas nacional, muito maior que a fronteira do Rio Grande do Sul”, disse o presidente da Farsul, Gedeão Pereira. No encontro, a entidade abordou temas sensíveis para a agropecuária, como as dificuldades do setor leiteiro, a queda nos preços de grãos e carnes, o calendário de plantio da soja, segurança jurídica na questão agrária e o acordo Mercosul-União Europeia.
Gedeão Pereira começou dizendo que estava ansioso para saber os resultados das vendas de máquinas e implementos agrícolas nesta Expointer, que tem apresentado crescimento “avassalador” nas últimas feiras e que encontra nesta feira um produtor descapitalizado pelas perdas das recentes safras em razão de estiagens seguidas e com dificuldades para fazer o plantio das culturas de verão. “Tivemos dois períodos de extrema dificuldades no Rio Grande do Sul com a seca. Plantamos com custo muito elevado, colhemos mal e, na hora da comercialização, os preços derreteram praticamente em todos os produtos”, contextualizou.
Na questão das importações de leite dos países do Mercosul, Gedeão lembrou que recebeu o ministro da Agricultura do Uruguai, Fernando Mattos, para debater o assunto. “O setor leiteiro está sofrendo como o arroz já sofreu no passado. A lavoura de arroz começou a se viabilizar quando diminuiu de tamanho, tornando-se competitiva e exportando. Possivelmente com o leite não vai ser diferente”, avaliou.
Pereira também saudou o lançamento na Expointer da Delegacia de Polícia Online do Agro (Agrodol), ferramenta que deve facilitar registros de ocorrências policiais de crimes ocorridos em áreas rurais gaúchas. Ele ainda aplaudiu a abertura de mercados de Israel, para a carne de frango. “É a maior pecuária do RS, disparada, talvez a cadeia do agro que esteja mais avançada no Exterior, porque trabalha com marcas brasileiras”, considerou, além de mencionar o novo mercado da República Dominicana para a carne suína.
Por fim, citou ainda o avanço do Programa Duas Safras, com reforço para a produção de milho, fundamental para as cadeias de aves e suínos, e falou da pauta ambiental, que esteve forte na Expointer. “Ainda temos que resolver a questão da irrigação, a simplificação dos processos para que o produtor possa continuar irrigando” concluiu.