Consumo das famílias cresce 0,9% no trimestre, aponta IBGE

Frente ao trimestre anterior, o consumo do governo cresceu 0,7%, quarto resultado positivo seguido.

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O consumo das famílias avançou 0,9% no segundo trimestre, a maior alta desde o mesmo período do ano passado (1,6%). Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado nesta sexta-feira, 1, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, do lado positivo, o mercado de trabalho vem melhorando constantemente, há o crescimento do crédito e várias medidas governamentais como incentivos fiscais, vide redução de preços de automóveis, e os reajustes nos programas de transferência de renda, notadamente o Bolsa Família.

“Por outro lado, os juros seguem altos, o que dificulta o consumo de bens duráveis, e as famílias seguem endividadas porque, apesar do programa de renegociação de dívidas, elas levam um tempo para se recuperar”, diz.

CONSUMO PÚBLICO

Também frente ao trimestre anterior, o consumo do governo cresceu 0,7%, quarto resultado positivo seguido. Quanto aos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), o cenário foi de estabilidade (0,1%). A taxa de investimento foi de 17,2% do PIB, inferior à do mesmo período de 2022 (18,3%). Esse indicador representa a parcela de investimentos no total da produção de bens e serviços finais produzidos no país. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais, o resultado é ligado à queda da produção interna de bens de capital, como são chamados os itens que são usados para produção de outros produtos por mais de um período, como máquinas e equipamentos.

No mesmo período, a taxa de poupança também caiu: passou de 18,4%, no segundo trimestre do ano passado, para 16,9% no mesmo período deste ano. “Esse resultado era esperado e já acontece desde o primeiro trimestre. Durante a pandemia, houve aumento porque as famílias de maior renda, por não poderem consumir certos serviços, pouparam esse dinheiro excedente. Com a normalização da demanda e oferta dos serviços, a taxa de poupança caiu”, explica.

No setor externo, houve crescimento tanto nas exportações de bens e serviços (2,9%) quanto nas importações (4,5%) frente ao primeiro trimestre deste ano.