Um projeto de construção de uma torre residencial e galeria comercial, no centro de Porto Alegre, vem gerando controvérsia, conforme apurou o Correio do Povo. O empreendimento, uma parceria entre Melnick e o grupo Zaffari, projeta uma torre de 41 andares entre as ruas Fernando Machado e Duque de Caxias. O prédio de 98,39 metros de altura tende, com isso, a se tornar o segundo mais alto da cidade, atrás apenas do Edifício Santa Cruz, com 107 metros de altura, na rua dos Andradas.
O projeto, no entanto, vem passando por modificações, desde 2017, e segue em análise pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade. Uma das preocupações é a sombra que o prédio pode lançar sobre prédios históricos, como o Palácio Piratini e a Catedral Metropolitana.
Além disso, o empreendimento enfrenta questões ligadas ao zoneamento e à proximidade com o Museu Júlio de Castilhos, tombado como patrimônio histórico. Nessas situações, os novos empreendimentos devem respeitar regras de zoneamento previstas em portaria da Secretaria Estadual da Cultura (Sedac), que prevê edificação de até 15 andares ou 45 metros de altura.
De acordo com a Sedac até o momento nenhuma mudança no projeto chegou a ser encaminhada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).
O caso veio à tona após uma série de publicações feitas pelo economista André Augustin, no X (ex-Twitter), nessa terça-feira. Morador do Centro Histórico, ele realizou uma série de apontamentos sobre o empreendimento, passando pela compra do terreno, mudanças na legislação que limita a altura de edificações e impacto para a vizinhança e o patrimônio.
Na publicação, Augustin mostra imagens do projeto do empreendimento, em que fica clara a discrepância de altura entre o futuro prédio e os do entorno, de cerca de 15 andares, em geral. Outra imagem sugere que o prédio vai fazer sombra constante à Catedral e ao Palácio Piratini.