A Intenção de Consumo das Famílias para o RS registrou em agosto a quinta queda consecutiva, com recuo de 5,2% na passagem do mês. É o que revela pesquisa realizada em Porto Alegre pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Fecomércio-RS. Em relação a agosto de 2022, a queda foi de 6,6%.
“A trajetória recente do indicador mostra intensificação da cautela das famílias em consumir e prescreve atenção nas estratégias de venda dos lojistas. Com confiança baixa e situação apertada no orçamento das famílias, o esforço maior para vender não pode implicar oferta de condições de pagamento que aumentem o risco de desequilíbrio no fluxo de caixa dos negócios.” comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
A queda do ICF-RS em agosto resultou da variação negativa em todos seus componentes. Os indicadores de Situação Atual do Emprego e Avaliação da Renda Atual continuaram em queda nesta edição, com recuo de mesma magnitude (-3,3%) na margem, registrando, respectivamente, 90,0 pontos e 84,4 pontos. Por mais que os dados do mercado de trabalho gaúcho mostrem resiliência, a percepção quanto à disponibilidade de renda parece ser um limitador importante da confiança para consumir dos gaúchos.
ORÇAMENTOS FAMILIARES
A situação dos orçamentos familiares pressionados entre dívidas e dificuldade de mantê-las em dia tem limitado o espaço para o consumo corrente e a própria perspectiva de consumo. Os indicadores de consumo do ICF-RS seguem mostrando continuidade das quedas na margem tanto no Nível de Consumo Atual (70,3 pontos), quanto na Perspectiva de Consumo (73,0 pontos), com reduções de 8,3% e de 5,7% ante julho de 2023, respectivamente. Em relação a agosto de 2022, enquanto o primeiro teve queda de 6,9%, o segundo se manteve em patamar superior (+6,7%).
A percepção sobre a facilidade de conseguir empréstimos/crédito para comprar a prazo também teve queda na passagem do mês (-2,0%), porém se mantém acima de agosto de 2022 (+16,0%), aos 103,9 pontos. Perspectiva Profissional, que avalia se as famílias esperam alguma melhora profissional nos próximos seis meses, recuou 12,3% na margem e caiu para 37,7 pontos – logo abaixo do patamar de Momento para Duráveis (38,0 pontos; -7,9% ante julho de 2023).