O mercado da construção registrou no segundo trimestre do ano o lançamento de 64,3 mil unidades, queda de 15,8% sobre o mesmo período do ano passado, mas uma recuperação de 15,7% sobre o primeiro trimestre deste ano. Os números constam de uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), realizada em 217 cidades brasileiras.
De janeiro a junho, foram 119,9 mil unidades lançadas, recuo de 19,1% sobre o primeiro semestre de 2022. Conforme Renato de Sousa Correia, presidente da Cbic, a queda dos lançamentos pode afetar a geração de empregos pelo setor da construção. “O lançamento de hoje é o emprego de amanhã”, diz.
As vendas de imóveis novos caíram 5,3% na comparação do segundo trimestre deste ano e do ano passado, e avançaram levemente (0,5%) sobre o primeiro trimestre de 2023. No acumulado do ano até junho, foram vendidas 148,2 mil unidades novas, queda de 7,5% sobre a primeira metade de 2022.
Essa dinâmica fez a oferta final de unidades novas no país, o estoque disponível para compra, recuar 6,3% sobre o segundo trimestre do ano passado e 3,8% sobre o primeiro trimestre deste ano, para 279,5 mil unidades. Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, afirma que parte do dado positivo de lançamentos e vendas sobre o primeiro trimestre deste ano, para 279,5 mil unidades. Já o desempenho negativo na comparação com 2022 se deve à alta taxa de juros e a impactos do período eleitoral e do início de um novo governo.
LANÇAMENTOS
Segundo a pesquisa, seriam necessários 11 meses para zerar a oferta do país, patamar estável sobre o ano passado. Já no acumulado dos últimos 12 meses até junho, a quantidade de lançamentos caiu 14,5%, para 290,6 mil unidades, e a de vendas recuaram 4,8%, para 305,7 mil unidades. Mesmo com a queda de 15,8% nos lançamentos, o valor das unidades novas colocadas no mercado no segundo trimestre recuou 6%, para R$ 38 bilhões, o que indica aumento do preço de venda.
O mesmo comportamento aconteceu com as vendas, que somaram R$ 41 bilhões de abril a junho, alta de 11,8% sobre o segundo trimestre de 2022, apesar da queda nominal das unidades comercializadas. Enquanto isso, no segundo trimestre, o indicador de preço das unidades da pesquisa (157,9) ficou acima do indicador do INCC, o índice de inflação da construção (154,2), algo que não ocorria desde o final de 2020. Isso aconteceu pela estabilização dos custos da construção, que subiram durante a pandemia, e pela recuperação do preço das unidades.
Os lançamentos de abril a junho do programa Minha Casa, Minha Vida caíram 25,8% em relação ao segundo trimestre de 2022 e cresceram 4,1% sobre o primeiro trimestre deste ano. As vendas recuaram 26,4% na comparação anual, mas subiram 0,9% sobre o primeiro trimestre. A oferta final das unidades econômicas novas apresentou uma queda de 25,7% em um ano e ficou estável em relação ao primeiro trimestre de 2023, com alta de 0,1%.