O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil confirmou, nesta sexta-feira, que prendeu Valdir Saggin, um dos criminosos mais procurados da região Sul do país, em Itaqui. Condenado a mais de 96 anos de prisão, ele responde pelo homicídio de dois agentes da Polícia Rodoviária Federal e também por sequestro, extorsão, roubo a banco, porte ilegal de arma de fogo, estelionato, entre outros.
Conforme a corporação, o criminoso de 58 anos estava foragido desde o dia 8 de março, quando rompeu a tornozeleira que utilizava, em Sapucaia do Sul. A fuga ocorreu dois meses após a instalação do equipamento.
Ele havia sido beneficiado, na ocasião, com progressão de pena ao semiaberto. Supostamente devido à falta de vagas, Saggin acabou recebendo o equipamento e passou a ser monitorado em liberdade.
Localizado nessa quinta-feira, segundo o delegado Gabriel Casanova, o foragido utilizava nome falso e trabalhava limpando caminhões de uma empresa agrícola. Ainda conforme o policial, Saggin não apresentou resistência ao ser preso.
“Saggin recebeu auxílio de outro indivíduo com quem cumpriu pena para se ocultar. Após várias horas de campana, ele foi visto saindo do local que estava residindo e abordado na rua. Não houve reação”, declarou o titular da Delegacia de Capturas do Deic.
Casanova destacou também que o bandido é um dos fundadores da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) sendo que, atualmente, possui vínculos com uma organização criminosa do Vale do Sinos.
Quem é o criminoso
Conhecido como ‘Dico’, Saggin é natural de Catanduvas, Santa Catarina. Ele foi policial militar, mas acabou sendo expulso da corporação.
Em abril de 2001, ele e um comparsa assassinaram dois policiais rodoviários federais durante uma abordagem em Joinville. Saggin, que transportava uma metralhadora em uma maleta preta, conseguiu render os patrulheiros e , após dominá-los, os executou.
Posteriormente, em 2002, com o objetivo de evitar sua prisão, Saggin manteve três pessoas como reféns ao ser perseguido pela Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná.
Em 2020, o criminoso teve deferida a progressão de regime para o regime semiaberto mas, após 20 dias, fugiu. Ele foi recapturado em janeiro do ano seguinte, na zona Norte de Porto Alegre, e lavado para a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc)
Em dezembro de 2022, Saggin teve deferida novamente a progressão para o regime semiaberto. Como não havia vaga para esse regime, foi definido o uso de uma tornozeleira, que o criminoso acabou rompendo antes de, mais uma vez, fugir.
Ao todo, Saggin já foi condenado a uma pena de 96 anos, 9 meses e 25 dias. Até o momento, entre fugas e recapturas, ele já cumpriu 33 anos, restando ainda 63 de pena a cumprir.
Além das condenações, o indivíduo atualmente responde, em Taquara, por tentativa de homicídio qualificado, extorsão mediante sequestro, receptação e organização criminosa.
Ele também é réu, em Sapiranga, por tentativa de homicídio qualificado, roubo majorado, receptação, associação criminosa e posse irregular de arma de fogo na comarca de Sapiranga.
A soma dessas penas, se condenado, poderão ocasionar uma nova condenação de mais 50 anos para Saggin.