Três homens foram condenados a penas de 25 anos, 10 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de duplo homicídio qualificado e cárcere privado, cometidos na zona Leste de Porto Alegre, em 2018. O júri popular terminou na madrugada desta sexta.
Os jurados consideraram culpados os réus Willian dos Santos da Fontoura, Arthur Nunes dos Santos e João Pedro Stéfano Rosa dos Santos, que seguem presos, mas ainda podem recorrer da decisão. A juíza Lourdes Helena Pacheco da Silva presidiu o julgamento. Seis réus serão julgados, ao todo, com a segunda etapa prevista para outubro.
Crimes
Os crimes foram registrados na rua Guilherme Alves, em Porto Alegre. Márcio Lima Soares e Antônio José da Silva Guedes foram executados a tiros após serem feitos reféns, junto de um terceiro homem e de uma mulher. De acordo com a denúncia, o objetivo dos sequestradores, que pertenciam a uma facção criminosa, era usar as vítimas como escudo humano em um enfrentamento com um grupo rival.
Os sequestros ocorreram na noite anterior às mortes. Os réus tiraram Antônio de casa à força e, em seguida, fizeram o mesmo com Márcio. A esposa e a filha desse último, uma menina de 11 anos, foram mantidas em cárcere, por 17 horas, na residência onde viviam. Já o homem e a mulher foram sequestrados enquanto percorriam, a pé, a rua Pedro Ivo, no bairro Auxiliadora.
Por volta da meia-noite, os quatro foram colocados em um automóvel e levados até as adjacências da Vila Maria da Conceição. O confronto com o grupo rival, porém, acabou não ocorrendo.
Antônio e Márcio morreram executados durante a madrugada. A facção ainda levou o casal a um cativeiro. No dia seguinte, o homem e a mulher conseguiram fugir e pedir socorro.