Nos primeiros sete meses do ano, as importações de vestuário pelo mercado brasileiro totalizaram US$ 1,18 bilhão, atingindo alta de 25,54% em relação ao mesmo período de 2022. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), para quem as exportações deste mesmo segmento somaram US$ 105,23 milhões, registrando um leve aumento de 1,3%. O déficit no comércio exterior de vestuário foi de US$ 1,07 bilhão.
Somando todos os segmentos, desde insumos e área têxtil até confecção, o déficit nos primeiros sete meses do ano alcançou o valor de US$ 2,83 bilhões. Este valor resulta das exportações do setor (sem fibra de algodão) que totalizaram US$ 582,24 milhões, 18,01% menos em relação ao mesmo período de 2022, e das importações, que alcançaram US$ 3,42 bilhões, com crescimento de 4,75%.
No que diz respeito especificamente a julho, no segmento de vestuário o valor das exportações foi de US$ 15,5 milhões, representando aumento de 11,16% sobre o mesmo mês do ano passado e 1,27% na comparação com junho último. As importações totalizaram US$ 125,8 milhões, com crescimento de 4,43% na comparação interanual e queda de 11,22% ante junho de 2023. O déficit setorial foi de US$ 110,3 milhões.
Quanto às exportações totais do setor têxtil e de confecção, somaram US$ 78,8 milhões, com queda de 15,04% ante o mesmo mês de 2022 e de 11,58% em relação a junho de 2023. As importações foram de US$ 445,90 milhões, representando recuo, respectivamente, de 6,47% e 9,09%. A balança comercial mensal ficou negativa em US$ 361,10 milhões.
Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Abit, salienta que o aumento das importações tem sido uma das causas do saldo negativo de postos de trabalho em maio e junho (3.800 postos fechados – Caged), depois de quatro meses de resultados positivos. Também devem ser considerados os fatores de queda do mercado, inclusive no varejo, e da produção física, principalmente de vestuário. “As importações pelos meios tradicionais aumentaram mais de 30% nos últimos 12 meses. Ademais, temos uma concorrência enorme das plataformas asiáticas de e-commerce, numa competição desleal”, analisa Pimentel.