Sem apoio do governo federal, família de brasileira que sofreu AVC na Argentina decide fazer traslado por via terrestre

Governo federal alega que não pode auxiliar no traslado por "limitações orçamentárias e em respeito às normas legais vigentes"

Dois dias após o Correio do Povo retratar o drama da brasileira Verani Corso, de 77 anos, que sofreu um AVC ao visitar a Argentina – terra natal de um ídolo dela, o ex-jogador do Inter Andrés D’Alessandro -, o filho da idosa ainda enfrenta dificuldade para trazer a mãe de volta ao país. Ramão Corso, que acompanha Verani em uma UTI hospitalar em Mendoza, confirmou nesta quinta que obteve a liberação dos médicos argentinos para fazer o traslado da mãe por via terrestre – e não aérea, como previa inicialmente. Porém, o surgimento de mais um impasse complica a resolução do caso.

“A gente conseguiu, hoje pela manhã, a autorização dos médicos para efetuar o traslado por meio de uma UTI terrestre. Fizemos contato com uma empresa brasileira, mas a aduana argentina não permitiu o ingresso da ambulância. Eles alegaram motivo sanitário, insistindo que seja argentino o serviço que vai fazer o transporte até a fronteira. Estamos com os consulados dos dois países tentando resolver isso, e aparentemente o governo argentino também desconhece essa regulamentação, para verem se conseguem fazer essa liberação. Em caso contrário, vamos ter que contratar um serviço de Mendoza até Paso de los Libres [na fronteira com Uruguaiana], e de Paso de los Libres até Sapiranga”, descreveu.

Procurado pela reportagem, o governo federal se manifestou em nota enviada ainda na terça pela assessoria de comunicação do Itamaraty. O comunicado garante que o Ministério de Relações Exteriores “presta a assistência cabível à nacional e a seu filho”, mas “por limitações orçamentárias e em respeito às normas legais vigentes”, não é possível fazer repatriações médico-hospitalares”.

Na Internet, uma vaquinha solidária busca auxiliar a família Corso com os custos do traslado entre Argentina e Brasil e, ainda, quitar as despesas com a internação no hospital em Mendoza. O link, para quem quiser ajudar, está disponível aqui.