Pouco mais de metade da frota de táxis de Porto Alegre já adota a cor branca, segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). São 1.852 veículos de um total de 3.494, ou 53%. A chamada Lei Geral dos Táxis modificou a regulação dos serviços na capital em junho de 2018, e a lei complementar que estabeleceu o branco na coloração dos veículos, em substituição ao vermelho-ibérico atual, determinou as condições de troca em março de 2020.
Ainda hoje o assunto divide opiniões entre os profissionais, havendo quem goste da alteração, enquanto outros entendem que isso pode descaracterizar o serviço. “Acredito que 90% da população aprove o branco. Fica mais bonito e algo até mais padronizado. Pela estética, acredito que seja válido”, comenta o taxista Adão Carlos Casemiro, que atua na função há 34 anos no ponto no início da avenida Borges de Medeiros, junto a Praça XV, no Centro Histórico.
O colega de profissão Marco Aurélio dos Santos, taxista há 26 anos, discorda. “Quando alteraram as cores, primeiro mudou no aeroporto, e a tarifa era mais alta. Com o tempo, baixou. Mas até hoje pessoas de idade perguntam se o preço do táxi branco é mais caro”, argumenta. Ainda segundo ele, no branco, a poeira fica mais visível, o que pode afastar usuários em potencial. Já o permissionário Vilmar Santos, profissional de táxi há 25 anos, fica “em cima do muro”. “Acho indiferente, contanto que tenhamos boas condições de trabalho”, afirmou.
A reportagem não conseguiu contato com o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi). Em dezembro de 2019, a frota branca de táxis na capital correspondia a um em cada cinco veículos, ou 667 do total de 3.817. Embora tenha havido uma redução da quantidade de veículos prestadores do serviço de lá para cá, a EPTC garante que houve uma qualificação do serviço e da categoria, com “muitos carros novos, sempre vistoriados” e motoristas com “ficha criminal limpa e exame toxicológico”.
Ainda segundo o órgão, desde janeiro de 2022, ingressaram na frota de táxis 635 veículos zero-quilômetro, dos quais 268 foram fabricados em 2023 e 367 no ano passado. Doze são carros híbridos, funcionando com motores elétricos e a combustão.
Pela legislação municipal, a troca do táxi está condicionada à vida útil do carro para o serviço, que é de dez anos. Portanto, à medida que se aproxima o fim do prazo, quem tiver táxi ainda vermelho-ibérico precisa trocar para o branco. A EPTC estima que toda a frota da cidade seja branca até 2029, próximo dos dez anos de promulgação da lei.