O colecionador de livros André Hernandez, proprietário do Café Mal-Assombrado – que ocupa uma casa do ano de 1915, no Centro Histórico da capital -, ficou profundamente abalado com um furto de obras raras, ocorrido em 9 de agosto no local. As informações foram publicadas pelo Correio do Povo.
O prejuízo estimado chega a R$ 1 mil, mas, segundo Hernandez, o impacto vai além do monetário, afetando a rotina do estabelecimento. O proprietário confirma que o episódio mexeu com o conceito do café, que visa deixar os livros ao alcance de todos os frequentadores – o que, para ele, também atinge a autoestima da cidade. O incidente levou Hernandez a reorganizar o acervo do café, realocando livros e retirando alguns exemplares, temendo que algo semelhante aconteça novamente.
“Meu sentimento é de ser invadido, de ser feito de bobo. Isso mexe com o conceito do café, que é de deixar os livros disponíveis para leitura, para todas as pessoas”, afirmou.
O furto também gerou discussões entre clientes do café e livreiros do entorno. Em grupos de conversas, donos de livrarias confirmaram a presença, nos estabelecimentos, de um mesmo suspeito, que costuma demonstrar conhecimento dos valores das obras em exposição.
Hernandez mantém a esperança de que o assaltante seja capturado e as obras, recuperadas: “Que gente tenha um desfecho feliz, para que possamos ter a sensação de que estamos seguros e que esse tipo de prática não vale a pena”.
A Polícia Civil investiga o caso.