O consumidor brasileiro está mais consciente em relação a sustentabilidade. Prova disso é uma pesquisa do Instituto Ipsos mostrando que 78% dos brasileiros optariam por comprar produtos mais sustentáveis. A mesma pesquisa, feita antes da pandemia, mostrou que menos de 30% se preocupava com essas questões na hora da compra. A informação foi dada pela executiva sênior em sustentabilidade e a primeira brasileira a fazer parte do braço da ONU que trata do tema, Denise Hills.
Hills falou sobre “Desafios e oportunidades da gestão sustentável nas organizações”, e disse que um dos grandes desafios das empresas é ter a consciência do impacto do seu modelo de negócios e assim agir para minimizar seus efeitos no meio ambiente. “Não temos todo tempo do mundo para isso, as mudanças climáticas que vem ocorrendo são a prova disso” argumentou ao acrescentar que entende a necessidade de manter negócios rentáveis e, ao mesmo tempo incorporar as práticas de preservação ambiental.
Denise Hills afirmou que as empresas devem fazer parcerias para ir mais rápido e mais longe nas práticas de ESG (sigla em inglês para sustentável, governança e social). Ela entende que o futuro depende do que cada um conseguir fazer hoje e que somente agindo em coletividade será possível reduzir a emissão de gases tóxicos. Defendeu ainda que qualquer decisão sobre investimentos deve necessariamente considerar a dependência ao meio ambiente e as decisões devem ser tomadas junto com as questões financeiras.
A especialista que definiu o estágio do Brasil em relação ao ESG como uma “revolução” esclareceu que são necessárias políticas públicas para acelerar, no processo de educação, as práticas do ESG que já ganham robustez entre as empresas. Lembrou que o Brasil vai sediar, no ano que vem, a Conferência do Clima, na cidade de Belém, e mostrar toda sua diversidade.
O Tá na Mesa desta quarta-feira,23, foi coordenado pelo presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa e contou com a participação das coordenadoras da Divisão de ESG e Governança da FEDERASUL, Fabíola Eggers e Michelle Squeff, respectivamente. Engajada nesta causa, a FEDERASUL, disse seu presidente, tem como desafio organizar um ambiente propício para as empresas atuarem de forma sistemática em defesa do ESG.
