Advogada de empresa de ônibus envolvido em colisão com 17 feridos na capital alega que motorista teve mal súbito

Ela também reforça que empresa disse estar regularizada, assim como a situação do condutor

Foto: Guilherme Almeida

Contatada pela reportagem da Rádio Guaíba, a advogada da empresa Mega Brasil Transportadora, Marianne Calixto, responsável pelo ônibus que se envolveu em uma colisão que deixou 17 pessoas feridas, nessa terça, na zona Norte da capital, disse que assumiu o caso nesta quarta e que aguarda cópia do inquérito para se apropriar do processo. Por ora, de forma preliminar, ela disse que a empresa relata que o motorista teve um mal súbito.

“O que a empresa me informou é que o condutor teve um mal súbito na hora do acidente, e que a sinaleira do local não estava funcionando. Que havia até técnicos, no momento, verificando a sinaleira, e que eles estão com os documentos regulares do ônibus. Inclusive, por isso, vou pegar cópia do inquérito. Eles vão prestar depoimento na próxima semana”, adiantou Marianne.

Ela também reforça que, conforme a empresa, a situação do condutor era regular. “O motorista tem a carteira [CNH] regular e o ônibus tem a regularização em dia, com liberação para trafegar”, completou, lembrando que ainda não recebeu detalhes sobre a investigação.

O titular da Delegacia de Delitos de Trânsito da capital, Carlo Butarelli, solicitou à Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) imagens da via para verificar se alguma câmera flagrou o momento do acidente. A Polícia Civil também vai pedir uma perícia complementar para apurar as condições do sistema de freios do ônibus, já que a análise realizada na tarde dessa terça não se mostrou conclusiva. Da mesma forma, a perícia não conseguiu apontar se o ônibus era ou não conduzido em alta velocidade. O delegado prevê ouvir posteriormente os motoristas ainda internados e, já nos próximos dias, o proprietário da empresa de ônibus.

“Vai ser feita uma perícia complementar lá no depósito, acompanhado de um mecânico para que se diga se o sistema de frenagem apresentou falhas ou não. Então esse resultado, nesse momento, eu não tenho ainda. Depois serão ouvidos os motoristas, quero ouvir os proprietários da empresa também, para ver se tinham autorização pra funcionar, se o ônibus estava regular, se ele podia estar transportando aquelas crianças, isso tudo agora vai ser apurado no inquérito que, depois, será emitido à Justiça”, relatou Butarelli.

Conforme Butarelli, a Polícia também pediu informações à Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) para apurar se a empresa responsável pelo ônibus, com sede em Canoas, está regularizada junto ao sistema de transporte intermunicipal. O ônibus, fabricado em 1989, tinha condições precárias, de acordo com o delegado.

No coletivo, eram transportados 31 integrantes de um grupo de dança. Pelo menos 17 pessoas buscaram atendimento médico, das quais 14 crianças e três adultos – os dois motoristas e uma professora. O condutor do Corsa e o motorista do ônibus passaram por cirurgia e seguem internados, em estado grave, na UTI do Hospital Cristo Redentor.