A Polícia Federal acessou, nesta segunda-feira, os dados dos quatro celulares apreendidos do advogado Frederick Wassef, que atua na defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O acesso teve que ser quebrado porque Wassef não entregou as senhas dos telefones. O R7 confirmou as informações.
Na semana passada, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão contra o advogado. Os agentes apreenderam os aparelhos no fim da noite de quarta-feira, em um restaurante em São Paulo. A ação ocorreu um dia após Wassef ter admitido que viajou aos Estados Unidos para recomprar um relógio Rolex vendido ilegalmente no país.
Em 11 de agosto, Wassef se tornou um dos alvos de uma operação de busca e apreensão da PF. Além do advogado, a corporação investiga o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid. O rosto do general é visto no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas recebidas como presentes oficiais fora do país.
As investigações revelaram que, para recuperar o relógio, Wassef teve de desembolsar um valor superior ao da venda.
A apreensão dos telefones de Wassef, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, se deu no âmbito da investigação sobre o desvio e a venda de presentes diplomáticos durante o governo Jair Bolsonaro, mas até quarta não havia sido cumprida. Isso porque o advogado não havia sido localizado na operação realizada pela PF no dia 11.
Em um primeiro momento, Wassef negou ter participado do que os investigadores chamaram de “operação resgate”. Em coletiva de imprensa na semana passada, no entanto, ele mudou a versão dos fatos e admitiu ter comprado o relógio de volta, mas negou ter agido a pedido de Bolsonaro. “Eu comprei o relógio. A decisão foi minha. Usei meus recursos”, afirmou.