O aumento de preços para gasolina e diesel anunciado pela Petrobras na semana passada levou a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) a falar em reajuste para os alimentos já nos próximos dias. Para o vice-presidente da entidade, Márcio Milan, os índices anunciados (16,3% para a gasolina e 25,8% para o diesel) foram “expressivos”, e devem se refletir primeiro no preço dos produtos hortifrutigranjeiros – “cujos estoques duram de dois a três dias”. Já alimentos como carnes e laticínios devem ter um aumento de preço no início de setembro.
Em evento promovido pela Frente Parlamentar do Empreendedorismo na semana passada, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que o reajuste anunciado para o diesel e a gasolina deve gerar uma elevação de 0,40 ponto percentual no IPCA entre agosto e setembro. “O impacto do diesel não é direto, é indireto na cadeia, mas o impacto da gasolina é direto no IPCA. Então, a gente provavelmente vai ter revisões (nas projeções de inflação) com o reajuste de hoje”, afirmou.
Antes do anúncio, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, estava sendo criticado por segurar os preços dos combustíveis no mercado interno, que não refletiriam o custo do barril de petróleo no exterior. Em maio, a estatal abandonou o sistema pela qual os preços internos seguiam a oscilação do mercado internacional.