Apontado pela Polícia Civil como um dos líderes de uma facção com base no Vale do Sinos, Josemar dos Santos, o ‘Gandula’, foi capturado em Balneário Camboriú, Santa Catarina. O traficante de 43 anos é um dos seis presos na ‘Operação Territorium’, concluída nesta sexta-feira, em resposta a homicídios ocorridos em São Leopoldo e Novo Hamburgo.
Preso nessa quinta-feira, Gandula morava em uma mansão avaliada em R$ 7 milhões, no bairro Barra Sul. Na garagem do imóvel, policiais localizaram também uma BMW no valor de R$ 300mil.
Ele estava foragido desde 14 de maio, quando rompeu a tornozeleira eletrônica que utilizava, apenas 11 dias após deixar a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
Na ocasião, Gandula tinha acabado de receber direito a cumprir prisão domiciliar humanitária, mesmo após ter sido indiciado por 15 homicídios e condenado a mais de 40 anos de reclusão.
Conforme o delegado Rafael Pereira, o criminoso fornecia armas e drogas para traficantes no Vale do Sinos e na região Metropolitana. Gandula, ainda segundo o policial, exercia domínio na localidade da Cohab, no bairro Feitoria, na zona Leste de São Leopoldo.
“Retiramos de circulação um dos foragidos mais procurados do Rio Grande do Sul”, declarou o diretor da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana.
Além da prisão do traficante, foram apreendidos documentos falsos, granadas, duas armas de fogo, carregadores e munição. Também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, com aproximadamente 130 policiais civis e militares participando das diligências.
Mortes ordenadas por detento na Pasc
A Operação Territorium também tinha como alvo Márcio Fabiano Carvalho, que responde a nove homicídios. Conhecido como ‘Márcio Gordo’, o criminoso também ocupa posição de liderança na mesma facção de Gandula.
Atualmente detido na Pasc, após três passagens no Sistema Penitenciário Federal, Márcio Gordo seria o mandante de assassinatos ocorridos no Vale do Sinos. Dois irmãos dele, junto a outro comparsa, também foram presos na ação.
Um dos homicídios investigados é a execução de um motorista de aplicativo, no dia 24 de abril, no bairro Arroio da Manteiga, em São Leopoldo.
O outro crime apurado ocorreu no dia 30 de maio, quando o corpo de um homem, que usava tornozeleira e tinha antecedentes, foi encontrado carbonizado na Estrada do Quilombo, em Novo Hamburgo.
A vítima, segundo as investigações, morreu em São Leopoldo, mas teve o corpo abandonado no município vizinho. A escolha de deixar o morto em outra cidade seria uma tática dos bandidos para tentar confundir os investigadores.