Na denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) anexou imagens de câmeras de segurança mostrando interação de policiais militares do DF com extremistas durante os atos de 8 de janeiro. Para a PGR, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) deixou de agir para impedir o vandalismo contra as sedes dos Três Poderes por estar “contaminada ideologicamente”.
A instituição considera ainda que os militares defendiam “uma insurgência popular” para assegurar a permanência de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência da República.
As imagens sugerem que, durante a depredação do Congresso Nacional, policiais do Batalhão de Choque deram orientações aos invasores de como chegar até os plenários da Câmara e do Senado. Em agradecimento, alguns manifestantes cumprimentaram os agentes de segurança e chegaram a se ajoelhar diante deles.
A PGR alega ainda que o então comandante-geral da PMDF, o coronel Fábio Augusto Vieira, tinha o “dever legal” de atuar para evitar a depredação dos prédios públicos, mas “limitou-se a agir como se fosse um soldado errático, sem comando”.
“Policial experiente, com quase 30 anos de oficialato e ocupando o mais alto posto da PMDF, Fábio Augusto Vieira tinha por certo que sua isolada participação pessoal na proteção do Congresso Nacional não surtiria qualquer efeito. Assim agindo, o comandante-geral apenas se dirigiu à construção de uma narrativa que não resiste a uma atenta apreciação dos fatos”, pontua a PGR.
Operação
A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira uma operação que mirou sete integrantes da cúpula da PMDF por suspeita de omissão nos atos extremistas de 8 de janeiro. Cinco oficiais da alta cúpula da corporação foram presos e dois já haviam sido detidos. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a operação.