O aumento dos combustíveis, anunciado pela Petrobras e que passa a vigorar a partir desta quarta-feira, 16, consegue reduzir a defasagem em relação ao preço internacional, depois da estatal ter chegado ao “limite da sua otimização operacional”, segundo comunicado da companhia. Um levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), revela que a defasagem no fechamento do mercado na segunda-feira, 14, registrou taxa de 28% em relação ao preço do diesel, a mais alta este ano. No caso do preço interno ser equiparado pela estatal ao mercado internacional e viabilizar importações, o aumento deveria ser de R$ 1,18 por litro. Já a gasolina deveria ter alta de R$ 0,86 por litro, para chegar ao preço internacional, que estava defasado em 26% até o dia 14, segundo a Abicom.
De acordo com Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), os cálculos apontam que a defasagem dos preços da gasolina depois do reajuste reduziu de 32,5% para 21,6%. No diesel, a defasagem fica em 9,23%, ante 27,6% antes do reajuste. Entretanto, a falta de transparência sobre a política da estatal ainda perdura.
“O reajuste de hoje melhora a situação da Petrobras, reduz os prejuízos, mas não resolve a falta de transparência da política de preços”, diz Rodrigues. “Não teria problema se a Petrobras dissesse até que patamar do petróleo Brent conseguiria sustentar os preços, ou que mostrasse uma análise gráfica. A falta de previsibilidade prejudica importadoras”