RS deverá ter 10 mil novos cidadãos italianos até início de 2024

Conforme Consulado Geral da Itália em Porto Alegre, estado tem 4 milhões de descendentes

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O número de pessoas que moram no Rio Grande do Sul com Cidadania Italiana já é maior que a quantidade de italianos que chegaram no estado ainda no Século XIX durante o processo migratório. Os 84 mil imigrantes da época no estado se transformaram em mais de 4 milhões de descendentes pois a busca pela Cidadania Italiana tem sido prática de muitas famílias que veem no reconhecimento uma forma de manter viva a história do seu núcleo familiar, além de permitir que seus filhos tenham acesso a universidades do continente europeu, saúde, segurança e residência, entre outros benefícios.

Aliado ao expressivo aumento pela busca da dupla cidadania também está o interesse do Consulado Geral da Itália em Porto Alegre de agilizar a liberação em cerca de 5 mil processos ao ano, podendo beneficiar de 10 a 15 mil pessoas. A projeção feita pelo Cônsul-Geral da Itália em Porto Alegre, Valerio Caruso, é de que 10 mil novos cidadãos italianos sejam reconhecidos no estado até os primeiros meses do próximo ano.

“Vamos chegar a 120 mil Cidadãos Italianos no Rio Grande do Sul. A lei italiana é generosa e concede muitos direitos. Nosso objetivo é trabalhar para liberar 5 mil por ano. Estamos, inclusive, fazendo ações de interiorização, descentralizando o Consulado. Assim, estamos mais presentes e próximos dos descendentes”, destaca. Caruso ressalta que com o aumento da procura pela cidadania é importante estar atento e escolher assessorias com experiência e profissionalismo. “Este mercado cresceu muito e a escolha certa é fundamental para evitar contratempos, gastos desnecessários e processos com falhas na documentação”, assegura.

EXAME DE PROFICIÊNCIA

A explosão na busca pela dupla cidadania também se explica devido a tramitação de um Projeto de Lei que, se aprovado, deve endurecer as regras para quem deseja obter a cidadania. Em andamento desde o dia 7 de junho, o projeto de autoria do senador Roberto Menia, do partido Fratelli d’Itália, o mesmo da Primeira Ministra Giorgia Meloni, propõe a restrição do reconhecimento de Cidadania para até a terceira geração (bisneto).

A proposta prevê ainda a necessidade de exame de proficiência de língua italiana em nível B1 para qualquer descendente e residência por um ano para descendentes a partir da terceira geração que é o caso de mais de 90% dos gaúchos. Nátali Lazzari, especialista em Genealogia da Avanti Cidadania, conta que a preocupação é grande e que é preciso correr. Segundo ela, especialistas alertam que o texto possui grandes chances de ser aprovado. “É hora de iniciar e agilizar processos. Este tipo de projeto não é novidade na Itália, só que agora ele veio de um Senador da base governista, ou seja, tem grande apoio do Congresso Italiano, que é maioria”, alerta.

Nátali recomenda que descendentes com a intenção de encaminhar pedidos de cidadania se atentem à tramitação do projeto e iniciem seus pedidos, porém, ela faz uma ressalva. “Desde o ano passado ocorreram mudanças importantes. Os processos, por exemplo, foram descentralizados de Roma e passaram a tramitar nas regiões de origem das famílias. E este projeto novo chega tendo como argumentos, entre outros, o aumento em fraudes documentais. Por isso, é importante que o interessado se apoie em empresas idôneas, embasadas na legalidade e no sentimento de pertencimento”, reforça.