Visita no Pólo de Triunfo marca manifesto parlamentar em defesa do setor

Objetivo é debater uma alternativa para a crise que o setor vem passando nos últimos anos

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A Frente Parlamentar da Química, em parceria com as empresas Braskem, Indorama-Oxiteno e Innova, promove nesta segunda-feira, 14, uma visita ao Polo Petroquímico de Triunfo, região com faturamento anual de mais de R$ 16 bilhões, um valor de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em tributos à União e mais de 7.300 empregos. Os dados são do Comitê de Fomento Industrial do Polo (COFIP-RS), e o encontro pretende debater uma alternativa para a crise que o setor vem passando nos últimos anos.

No último semestre, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a demanda nacional por químicos de uso industrial apresentou resultados negativos, em termos de volume, na comparação com igual período do ano anterior. O consumo aparente nacional (CAN) recuou expressivos 4,6%, o índice de produção diminuiu 9,73%; vendas ficou com um percentual negativo de 11%, assim como as exportações com -3,9%. No mesmo período, as importações tiveram um crescimento de 0,6%. Já o nível de utilização da capacidade instalada atingiu 67%, o pior resultado dos últimos 17 anos.

CENÁRIO NACIONAL

A indústria química instalada no Brasil gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos, teve em 2022 faturamento líquido de US$ 187 bilhões e responde por 12% do PIB industrial do país, a sexta maior indústria química do mundo. É o terceiro maior setor industrial brasileiro e o primeiro em arrecadação de tributos federais, com R$ 30 bilhões, ou 13,1% do total da indústria.

No primeiro semestre, o setor chegou ao menor nível de produção dos últimos 17 anos. As importações totalizaram US$ 31,2 bilhões, valor bem superior à grande maioria dos outros iguais períodos das últimas décadas, que oscilaram entre US$ 10 bilhões e US$ 25 bilhões. A presença de produtos importados tem subido consistentemente nos últimos 15 anos e hoje se aproxima de metade do consumo nacional. A ociosidade das plantas químicas está no nível mais alto da história, com 33%, em média, nos últimos 12 meses.

Nos últimos anos, Estados Unidos, União Europeia e players importantes na Ásia aceleraram a reinstalação estratégica de cadeias industriais e a diminuição de dependência externa em face de desafios geopolíticos atuais.