Um mês após o assassinato do sargento do Exército Thalys Gonçalves Rocha, de 23 anos, encontrado em 14 de julho dentro de um carro incendiado na estrada Francisca de Oliveira Vieira, no bairro Belém Novo, na zona Sul da Capital, a Polícia Civil indiciou um homem por três crimes: homicídio duplamente qualificado, fraude processual e destruição de cadáver. A prisão do suspeito, que não teve a identidade revelada, ocorreu em flagrante, na casa dele, na estrada do Barro Vermelho, no bairro Restinga. Ele sofreu queimaduras nas mãos ao atear fogo no automóvel.
De acordo com o titular da 4ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (4ª DPHPP), delegado Marcus Viafore, o suspeito conhecia Rocha, que era lotado no 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado do Exército Brasileiro, e não admitia o relacionamento do militar com a ex-namorada dele. O casal havia rompido a relação seis meses atrás. De acordo com as investigações, o homem atraiu Rocha para uma emboscada em casa. “Ele sabia do envolvimento do Thalys e da ex-mulher, mas nunca se conformou com essa relação”, afirmou.
Viafore afirmou que o suspeito confessou o crime. “Em nenhum momento ele se declarou arrependido. Foi um crime passional”, destacou o delegado. O autor do crime afirmou ter efetuado de dois a três disparos, usando um revólver calibre 32. “A perícia talvez consiga constatar quantos tiros foram dados, porque o corpo queimou muito”, ressaltou o policial. A investigação apura ainda se outra pessoa participou do homicídio ou da ocultação do cadáver. As provas coletadas seguem sob análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP). “A perícia encontrou presença de sangue humano no local onde ele efetuou os disparos”, pontuou.
Segundo Viafore, após cometer o crime, o suspeito colocou a vítima no banco traseiro de um Ford Fiesta e se deslocou até a estrada Francisca de Oliveira Vieira, no bairro Belém Novo. No local, ateou fogo ao veículo. A namorada do militar confirmou a existência de desavenças com o ex-companheiro dela, que já havia ameaçado a vítima.