A Polícia Federal (PF) trabalha com a expectativa de que o hacker Walter Delgatti feche um acordo de delação premiada antes do comparecimento dele à CPMI do 8 de Janeiro, marcado para a próxima quinta-feira. Segundo o R7 apurou, a corporação espera que Delgatti, preso na investigação que apura a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), revele detalhes de um suposto acordo com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
A convocação na CPMI atende um pedido da ala governista, que vê o envolvimento do hacker na promoção de atos criminosos contra a democracia. Por se tratar de uma convocação, Delgatti precisa obrigatoriamente comparecer à comissão.
No mesmo dia em que o hacker teve a prisão decretada, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Zambelli, suspeita de ter contratado Delgatti a fazer executar crimes.
A operação teve o objetivo de esclarecer a atuação de indivíduos na invasão aos sistemas do CNJ e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). A PF suspeita que deputada tenha efetuado pagamentos para Delgatti invadir o sistema.
Os crimes apurados ocorreram entre 4 e 6 de janeiro de 2023, quando foram inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um falso mandado de prisão em desfavor do ministro do STF Alexandre de Moraes.
As inserções fraudulentas ocorreram após invasão criminosa aos sistemas do CNJ, segundo a PF, com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita. Os fatos investigados configuraram, em tese, crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.