O uso do rotativo do cartão de crédito mais do que dobrou nos últimos três anos, chegando a 108% no período entre junho de 2020 e o mesmo mês de 2023, quando alcançou R$ 30,2 bilhões. Os dados são do Banco Central (BC), apontando que os juros médios nessa modalidade superaram os 437% ao ano (números de junho), embora possa chegar a quase 1.000% em algumas instituições.
Na modalidade, a inadimplência alcançou o recorde de 53% em maio, e levou governo e Congresso a pressionarem pela queda dos juros. Temendo um tabelamento, como ocorreu com o cheque especial – que hoje tem teto de 8% ao mês -, os bancos aceleraram as negociações com varejistas e empresas do setor.
Dados da autoridade monetária apontam que 20 milhões de pessoas passaram a ter acesso a um ou mais cartões entre 2019 e 2022. Ricardo Vieira, vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), diz que a entidade está finalizando uma proposta com medidas que podem contribuir para a redução do juro do rotativo.