A Polícia Federal solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, a quebra de sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a apuração da Record TV, a corporação busca entender se o dinheiro obtido com a venda de joias e outros presentes recebidos pelo ex-presidente chegou a Bolsonaro e se o valor da recompra de alguns itens saiu da conta dele, já que o destino e a origem podem evidenciar lavagem de dinheiro.
O pedido vem na esteira da operação da PF de busca e apreensão no caso de joias, que teve como um dos alvos o pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Além do general Mauro César Lourena Cid, a operação Lucas 12:2 mira o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o ex-advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef.
A PF identificou o rosto do general Cid no reflexo de uma foto utilizada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas recebidas como presente oficial pelo governo brasileiro. A imagem veio anexada ao documento em que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autoriza os mandados cumpridos hoje.
Cid, o pai e Wassef passaram a ser investigados pela suspeita de terem vendido joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles utilizaram “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.
Além da proximidade com a família do ex-presidente, Lourena Cid ocupou importantes cargos no Exército Brasileiro antes de ser transferido para a reserva, em 2019. Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chegou à CPMI do 8 de Janeiro revela que o general e a esposa — pais do tenente-coronel Mauro Cid — movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses.