Grendene tem lucro líquido recorrente de R$ 84,7 milhões no segundo trimestre

Resultado é 15,4% sobre igual período do ano passado

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Entre abril e junho de 2023, a Grendene registrou lucro líquido recorrente de R$ 84,7 milhões, aumento de 15,4% em relação a igual período em 2022; a receita bruta caiu 8,6%, para R$ 586,2 milhões. Foram vendidos 26,8 milhões pares de calçados, retração de 15,4%; enquanto a receita bruta por par cresceu 8,1% em função, principalmente, do reajuste de preços realizado no mercado interno.

“O segundo trimestre de 2023 não foi muito diferente do que observamos ao longo dos primeiros três meses deste ano. O cenário doméstico desafiador e o desaquecimento da economia mundial permaneceram como os principais obstáculos para a demanda, impactando nossa dinâmica de vendas”, avalia Alceu Albuquerque, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Grendene.

No trimestre, o desempenho no mercado interno permaneceu estável em R$ 499,3 milhões, 0,1% maior que o mesmo período do ano anterior. O número de pares vendidos retraiu 4,7% para 23,2 milhões, com incremento de 5,1% do valor de receita bruta por par. No acumulado do ano, a receita bruta atingiu R$ 1,2 bilhão, queda de 2,2%, enquanto o volume de pares comercializados recuou 7,1% para 56 milhões e a receita bruta por par expandiu 5,3% no período.

SEGMENTO FEMININO

Assim como no primeiro trimestre, as marcas da Divisão 1 (todas, exceto Melissa) apresentaram maior resiliência frente ao cenário encontrado, garantindo a estabilidade do faturamento da Grendene no Brasil. Este resultado foi impulsionado pelo arquétipo “sandália rasteira” da coleção primavera/verão 2022. Este desempenho da Ipanema vem se confirmando no sell in do primeiro mês da coleção Sempre Nova 2023, onde o arquétipo sandália também foi o mais vendido.

Da mesma forma, o segmento feminino, composto por Zaxy, Grendha e Azaleia, demonstrou comportamento positivo no trimestre, com alta de 15,1% na receita bruta, estabilidade do volume (-0,2%) e evolução da receita bruta/par (15,4%). O crescimento deste segmento foi puxado por Zaxy e Azaleia.

A Melissa apresentou retração no mercado interno, tanto em receita bruta (-3,6%) como em volume (-9,5%), em decorrência do recuo de 6,7% do sell out (vs. 2T22) dos Clubes Melissa e da insegurança dos franqueados e clientes multimarcas. “O encolhimento da renda disponível dos consumidores da classe C, a elevação do price point dos produtos – fruto dos reajustes realizados durante a pandemia – e a ausência de produtos ‘hits’ são os principais fatores que explicam o sell out mais fraco dos clubes Melissa, quando comparado ao mesmo período do ano anterior”, analisa o executivo.

No ambiente externo, os efeitos da inflação e das altas taxas de juros continuaram impactando no consumo em diversas regiões do mundo. O volume de pares vendidos ao mercado internacional retraiu 50,7% no trimestre, e a receita bruta foi 39,1% menor, mesmo com o aumento de 23,5% da receita bruta por par.

RESULTADO FINANCEIRO

No trimestre, o resultado financeiro da Grendene atingiu R$ 72,4 milhões, avanço de 7,0% frente a igual período em 2022. No acumulado do ano, o resultado financeiro alcançou R$ 174,3 milhões, alta de 11,4% contra o primeiro semestre de 2022, mesmo com a distribuição recorde de dividendos de R$ 1,1 bilhão em maio de 2023.

No segundo trimestre de 2023, o EBIT recorrente (lucro operacional antes dos efeitos financeiros) foi de R$ 28,7 milhões, aumento de 160,2% em relação aos R$ 11 milhões obtidos no 2T22. A margem EBIT recorrente avançou 4,1 p.p., atingindo 6,2%.

“Encerramos o primeiro semestre de 2023 com resultados satisfatórios. Nossos clientes lojistas, apontam que, embora as vendas tenham recuado na ponta, nossos produtos têm a preferência dos consumidores ante a concorrência, indicando a possibilidade de ampliarmos nosso market share”, afirma Albuquerque.

Para o segundo semestre, o executivo projeta um ambiente mais propício a bons resultados. “Caminhamos para uma conjuntura mais positiva, impulsionada pelo início do ciclo de queda de juros, da redução do desemprego e da melhoria da massa salarial. Desta forma, iniciamos a segunda metade do ano bem-posicionados para capturar os efeitos de uma eventual retomada da economia e, por consequência, do consumo.”