O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques presta depoimento à Polícia Federal (PF), na tarde desta quinta-feira. Conduzido em uma viatura da própria PF, Vasques chegou ao edifício-sede da corporação, na região central de Brasília, perto das 14h. Depois da oitiva, ele vai ser encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda.
Servidor de carreira da PRF desde 1995, Vasques está preso preventivamente, desde essa quarta-feira, no âmbito da Operação Constituição Cidadã, da PF. Ele é suspeito de, junto com outros agentes públicos, tentar interferir no processo eleitoral durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
De acordo com a PF, na condição de diretor-geral da PRF, Vasques autorizou a realização de bloqueios rodoviários em estradas da Região Nordeste, com a finalidade de dificultar o trânsito de eleitores onde o então candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva era líder em pesquisas de intenção de voto.
Ao ser detido, ontem, em Florianópolis, Vasques teve telefones celulares, computadores e passaporte apreendidos. Transferido para a capital federal em um avião da própria PF, ele passou a noite na superintendência da corporação, a cerca de 10 quilômetros de distância do prédio onde está prestando depoimento.
Hoje, em função da prisão preventiva, o subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Rocha Furtado, pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que avalie a legalidade da concessão de aposentadoria ao ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Para Furtado, há “indícios de irregularidades na referida concessão” do benefício, já que o servidor que responde a processo disciplinar só pode ser exonerado, a pedido, ou aposentado, voluntariamente, “após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade”.
O ex-diretor da PRF é alvo de três processos administrativos motivados pela suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022 e da apuração criminal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e que embasou a Operação Constituição Cidadã.
A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com os advogados de Vasques, que nega ter atuado para interferir no resultado das últimas eleições presidenciais, sustentando que os bloqueios montados na região Nordeste no dia do pleito seguiram critério técnico-operacional.