Júri popular condena PM da reserva por tentativa de homicídio em Passo Fundo

Crime ocorreu em junho de 2012, na vila Luiza; vítima, até hoje, usa cadeira de rodas para se locomover

Foto: MPRS / Divulgação

Um júri popular em Passo Fundo acolheu a tese do Ministério Público Estadual e condenou, na tarde desta terça-feira, um policial militar da reserva acusado de uma tentativa de homicídio cometida em junho de 2012,. Carlos César Fachini respondia pelas agressões a um jovem que ficou com sequelas graves – como dificuldade de fala, coordenação e locomoção. O réu recebeu pena de cinco anos e cinco meses de prisão, em regime fechado.

O promotor Fernando Andrade Alves, que atuou em plenário, lembrou que o homem já havia sido condenado em agosto de 2022. À época, o Tribunal de Justiça anulou o júri por uma questão formal envolvendo a ordem dos quesitos que embasaram a sentença.

Patrick André Barbosa Forcelini e o irmão, Tiago Anderson Barbosa Forcelini, foram agredidos pelo acusado na madrugada de 17 de junho de 2012, na vila Luiza, em Passo Fundo. As vítimas se envolveram em uma briga, com uma terceira pessoa, durante uma festa de aniversário que ocorria na casa de Fachini. A confusão causou danos no imóvel e o PM da reserva interveio, passando a agredir a dupla a socos e chutes.

Para o promotor, Fachini agiu com dolo eventual (quando se assume o risco de matar), porque agrediu a vítima com determinação e violência, inclusive em partes sensíveis do corpo, como a cabeça. Fernando Andrade Alves também pontuou que o acusado só não consumou o homicídio porque amigos e familiares socorreram Patrick, e o levaram para o Hospital São Vicente de Paulo.

Até hoje, Patrick usa cadeira de rodas para se locomover. Conforme o auto de exame de delito, ele sofreu “traumatismo crânio encefálico por um meio contundente” e teve a cavidade craniana atingida, o que o expôs a risco de morte. Já o outro irmão – Tiago – sofreu escoriações no antebraço e braço direitos, na região temporal esquerda e no lábio inferior.