O indicador antecedente de Movimento do Comércio da Boa Vista, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo território nacional, subiu 0,2% entre os meses de maio e junho de 2023. Também foi observada uma queda de 0,2% no segundo trimestre, em comparação ao trimestre imediatamente anterior.
Na série de dados originais o indicador apontou estabilidade na comparação anual e alta de 1,0% no segundo trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado acumulado de janeiro a junho aponta uma elevação de 0,7% e na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o crescimento é de 1,2%, um pouco menor em comparação à leitura anterior, de 1,3%.
“O indicador teve um desempenho positivo no primeiro semestre e são muitos os fatores que vão mexer com o varejo nos próximos meses. O terceiro trimestre costuma ser um período mais fraco de vendas em comparação aos outros trimestres do ano, mas dessa vez o resultado pode ser um pouco diferente porque a renda real ainda está em alta acelerada e é possível que os consumidores tenham mais acesso ao crédito por conta do ‘Desenrola’. Além disso, é importante lembrar que o terceiro trimestre do ano passado é uma base fraca de comparação, na época o indicador havia registrado queda de pouco mais de 1% em comparação ao mesmo período de 2021, assim, o resultado acumulado do ano tende a melhorar”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.
“No quarto trimestre isso não deve mudar muito, mesmo que a alta na renda comece a desacelerar. Também não podemos esquecer do efeito positivo que o início do ciclo de cortes na Selic pode ter sobre o varejo, ainda mais para os segmentos que mais dependem do crédito. Somados todos esses fatores, além do fato da inflação estar cedendo e da composição dela ser mais benigna, a expectativa para o setor é positiva no restante do ano”, conclui Calife.