Velório de Jerônimo Jardim: homenagem na despedida do músico e escritor

Cerimônia ocorre no Foyer do Multipalco Theatro São Pedro, em Porto Alegre, até as 16h30min

Foto: Guilherme Almeida/CP

O velório do corpo do músico Jerônimo Jardim ocorre, desde a manhã desta sexta, no Foyer do Multipalco Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n). Até as 16h30min, a cerimônia segue aberta para os fãs se despedirem do cantor, compositor e escritor.

Após encerrar as homenagens, o corpo do artista vai ser levado ao Crematório Metropolitano, para uma cerimônia reservada a amigos e familiares.

Jerônimo Jardim morreu ontem, às 14h30min, em decorrência de comorbidades como artrite, vasculite reumatóide e doença pulmonar obstrutiva crônica. Também tinha problema cardíaco e era usuário de marca-passo. O músico permanecia internado no Hospital Moinhos de Vento.

Com mais de 50 anos de carreira artística, Jerônimo transitou entre música e literatura, além de ter exercido a advocacia. Foi servidor no Tribunal Regional do Trabalho e professor de Direito e Processo do Trabalho na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande.

Homenagens

O poeta Luiz Coronel contou que ele e Jerônimo Jardim “se conheciam de uma vida toda”. “Quando Jerônimo Jardim veio para Porto Alegre de Bagé morou na minha casa. Ele se envolveu com a música, publicidade e estudou Direito. Mas a música era um vocação irresistível para ele”. Coronel acrescentou que Jerônimo tinha muita sensibilidade, transitando entre o moderno e tradição. “Como na canção ‘Astro Haragano’, na qual Jerônimo cria um gaúcho no espaço”, pontuou Coronel, sobre a composição que venceu, em 1985, a 15ª Califórnia da Canção Nativa, em Uruguaiana.

O vice-presidente da Academia de Samba Praiana, Sergio Roberto, conhecido como Serginho da Praiana, entregou a bandeira da escola para a mulher de Jerônimo, a médica veterinária e compositora Clair Fofonka da Silva Jardim. Jerônimo compôs sambas-enredos para a Praiana junto com Ivaldo Roque. O mais conhecido e disponível em plataformas de áudio é “Ninguém Acreditava” (2015). Sérgio Roberto adiantou que, no desfile de carnaval de 2024, a Praiana vai homenagear o instrumentista Giba-Giba, com Jerônimo Jardim ganhando um carro especial.

Na música, ficou conhecido nacionalmente com as canções “Purpurina”, interpretada inicialmente por Lucinha Lins, que em 1981 venceu o festival MPB Shell, e “Moda de Sangue”, gravada por Elis Regina, que virou trilha de novela em 1979. A partir de então, Jerônimo teve canções gravadas por diversos intérpretes nacionais, tornando-se compositor conhecido da MPB.

Como escritor, publicou cinco livros infanto-juvenis: “Cri-Cri, o grilo gaudério”, “O Clube da Biblioteca contra a Bruxa Pestiléia”, “A revolta dos pincéis”, “Titinho e os tênis mágicos” e “Sob fogo cruzado”.