O impacto da redução na taxa básica de juros para 13,25% pode até demorar para chegar no bolso do consumidor, mas trará efeitos práticos para quem busca compras a prazo, financiamento de carros e usa o rotativo do cartão de crédito, ou no crédito consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Conforme Miguel José Ribeiro de Oliveira, da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), entre a Taxa Selic e as taxas de juros cobradas aos consumidores há uma variação de 800%.
“Quanto menor a Selic, mais em conta fica para o consumidor pegar crédito. Mas a queda nos juros de empréstimos e financiamentos demora a chegar no bolso porque outros elementos influenciam o custo das prestações, como risco de inadimplência e política monetária”, diz.
Pelos cálculos da Anefac, com a redução de 0,5 ponto percentual na Selic, a diferença na parcela de um carro de R$ 40 mil financiado em 60 meses é de R$ 11,32 a menos em cada prestação. Porém, no final do financiamento, o consumidor terá deixado de pagar R$ 679,10. Já no caso de um empréstimo pessoal de R$ 5 mil, financiado em 12 meses, teria parcela mensal de R$ 536,79 com a Selic anterior, a 13,75% ao ano, caindo R$ 1,24 no caso da nova taxa.
Para as empresas, segundo a associação, o impacto não é imediato. Aquelas organizações que precisaram de recursos para capital de giro terão redução em torno de 1,82% na prestação mensal. Como exemplo, no caso de um empréstimo de R$ 50 mil com prazo de pagamento de 90 dias no valor R$ 20 mil está prevista uma redução de R$ 25 nos juros pagos.