A avaliação da redução da taxa de juros, em 0,50 ponto percentual para 13,25% anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, como era de se esperar, agradou as entidades do setor produtivo do Rio Grande do Sul. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry, diz que a decisão se justifica pois, ao longo do ano, as condições para o início do ciclo de cortes nos juros foram se materializando.
“Desde a última reunião do Copom, o cenário econômico brasileiro avançou de tal maneira a oportunizar o início do processo de flexibilização da Selic com segurança. Isso só foi possível devido à continuidade do processo de desinflação e uma série de fatores internos que impulsionaram a queda das expectativas de inflação, como a manutenção das suas metas e a aprovação da Reforma Tributária na Câmara”, diz.
Entretanto, o dirigente alerta que esse processo só será sustentável se, além do equilíbrio monetário, o país buscar a estabilidade fiscal. A responsabilidade com as contas públicas, conforme Petry, é um fator imprescindível para a continuidade do processo de redução dos juros”, alerta.
Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a decisão do COPOM foi muito bem-recebida. Nos últimos 45 dias, apesar do aumento da incerteza no cenário internacional, especialmente ligada à evolução do preço dos alimentos, em linhas gerais acumulou-se uma série de elementos que sustentavam uma redução mais intensa da Selic.
Já o economista chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, destaca que o que mais chamou a atenção é que não foi uma decisão unânime. “Foram 5 votos para corte de 0,5 ponto percentual e 4 para corte de 0,25. Copom absolutamente dividido, assim como o mercado”, comentou. Para ele, a decisão vai ajudar a economia mas os impactos na economia real não são sentidos de imediato.