Embaixador da Índia diz que país deve ser visto como grande parceiro para a indústria do RS

Até o ano de 2025, economia indiana deverá ser a segunda do mundo

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Com uma população de 1,4 bilhão e um Produto Interno Brutoi (PIB) próximo dos US$ 3 trilhões, a Índia precisa ser vista não apenas como um grande mercado consumidor, mas também com o que tem a oferecer como importante parceiro comercial para empresas brasileiras. O alerta foi feito pelo embaixador do país asiático no Brasil, Suresh K. Reddy, durante encontro na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), no evento Índia-Rio Grande do Sul – Oportunidades de Negócios.

Segundo Reddy, em um país cuja economia cresce rapidamente, e que até o ano de 2025 deverá ser a segunda do mundo, atrás apenas da China, “é uma janela de oportunidades” que não deve ser desprezada pelo empresário brasileiro. O embaixador cita grandes multinacionais indianas, como a Tata e a Mahindra, esta última com uma fábrica de implementos agrícolas instalada em Dois Irmãos, no Rio Grande do Sul, como exemplos de indústrias altamente tecnológicas e que têm unidades no Brasil.

Somente a classe média indiana, salientou o embaixador, composta por cerca de 300 milhões de pessoas, é maior do que a população brasileira, mas o país não é apenas um grande consumidor de geladeiras. Atualmente, o país investe muito em infraestrutura física e conclui 35 quilômetros de estradas asfaltadas diariamente. Será US$ 1,4 trilhão a ser gasto em infraestrutura nos próximos cinco anos.

MADEIRA

“Viemos buscar parceiros e identificar mercados, somos a economia do G20 que cresce mais rapidamente, o potencial de cooperação é imenso”, disse, lembrando ainda que a Índia fabrica os trens de alta velocidade Vande Bharat e irá lançar uma espaçonave para a lua nos próximos anos.

Suresh K. Reddy destacou que a Índia tem deficiência em madeira, e que dos US$ 2,27 bilhões importados mundialmente, apenas US$ 75 milhões vêm do Brasil. Ele lembrou também de outros produtos bastante adquiridos pela Índia, como talheres e frutas frescas, cuja participação brasileira é mínima e há condições de ser ampliada.

Para o presidente da FIERGS, Gilberto Petry, a Índia é um dos países que mais investe em tecnologia, e o Rio Grande do Sul possui um sistema empreendedor robusto e uma sólida base industrial. “Ambos possuem na inserção internacional um aspecto importante do desenvolvimento, e o atual cenário traz grandes oportunidades. Nesse sentido, quero assinalar o compromisso desta Casa para a consolidação do Acordo de Comércio Preferencial estabelecido entre o Mercosul e a Índia”, afirmou Gilberto Porcello Petry.

Em 2022, a corrente de comércio entre o Brasil e a Índia superou os US$ 15 bilhões, um incremento de 31,4% na comparação com o ano anterior. Nas trocas com o Rio Grande do Sul, a corrente ultrapassou os US$ 917 milhões, uma elevação de 90,8% sobre o ano 2021. A índia é o 10º destino das exportações brasileiras, e o quinto país de origem das importações.