Ciclone que atinge a costa do Uruguai não oferece riscos para o RS, avalia MetSul

Fenômeno vai ser diferente dos episódios graves que castigaram dezenas de cidades em junho e na segunda semana de julho

Foto: Gustavo Garbino / Prefeitura de Canoas / Divulgação

O ciclone extratropical que se forma, nesta quarta-feira, na região do Prata, trazendo efeitos para o Rio Grande do Sul, vai ser diferente dos episódios graves que castigaram dezenas de cidades em junho e na segunda semana de julho, avalia a MetSul Meteorologia. No evento dos dias 12 e 13 deste mês, os ventos ganharam força sobre a orla a Leste de Mostardas. O fenômeno desta semana, além de não ser tão intenso como os passados, vai se formar junto ao litoral do Uruguai – ou seja, centenas de quilômetros ao Sul do estado gaúcho.

O ciclone vai trazer chuva e vento, mas com menor severidade que nos três episódios anteriores que deixaram estragos e provocaram 24 mortes. Dados analisados pela MetSul não sugerem cenário de maior preocupação. Isso porque não se antecipa nem chuva excessiva nem vento muito forte capaz de gerar prejuízos maiores. No geral, a chuva deve ser normal, com vento nada distante do que costuma ocorrer no ingresso de ar mais frio.

A chuva mais volumosa ocorre na metade Sul, até amanhã, por conta de uma frente semi-estacionária que atua desde terça, portanto 48 horas antes da formação do ciclone. Pontos isolados da faixa central, incluindo a região de Porto Alegre, podem anotar pancadas isoladas fortes e passageiras até amanhã, mas sem previsão de altos volumes.

O único risco que se enxerga é de algum temporal muito isolado de vento forte na metade Norte na passagem da frente, uma vez que a atmosfera ainda está mais aquecida na região e com correntes de vento de Noroeste. Mesmo nessa situação, o risco, segundo a MetSul, “é absolutamente marginal”.

Já o vento decorrente do ciclone sequer pode ser comparado ao do episódio de duas semanas atrás, quando atingiu 150 km/h em Rio Grande e nos Campos de Cima da Serra. Vai ser fraco a ocasionalmente moderado em grande parte das cidades gaúchas. No litoral Sul, pode haver rajadas de 50 km/h a 70 km/h. Em Porto Alegre e no litoral Norte, não se observa cenário de risco de vento intenso capaz de gerar danos ou algum transtorno.

O vento mais forte do ciclone, de 70 km/h a 90 km/h, tende a se concentrar na costa uruguaia, mas não em todo o litoral do país vizinho. As rajadas mais fortes devem ocorrer na costa de Maldonado e em áreas mais ao Sul do litoral do departamento de Rocha.