A pouco mais de um ano das eleições municipais de 2024, as disputas já mobilizam partidos, dirigentes e lideranças no Rio Grande do Sul. Um dos focos principais é o cenário em Porto Alegre. Não apenas por ser a Capital do Estado, portanto, estratégica, mas também em função das adiantadas articulações em torno da pré-candidatura do prefeito Sebastião Melo (MDB) à reeleição.
Há alguns meses, o PL, do vice-prefeito Ricardo Gomes, confirmou a manutenção do apoio a Melo e a intenção de repetir a dobradinha. O PP também confirmou a manutenção da parceria com o emedebista, assim como o PTB. A avaliação é a de que Melo não apenas irá manter a aliança que o levou ao Paço Municipal na última disputa, mas que irá ampliar as parcerias já para o primeiro turno das eleições.
A composição que se desenha elevou a pressão especialmente para partidos de esquerda, que tentam construir a sonhada Frente Ampla para garantir o retorno ao comando de Porto Alegre. Há ainda o temor de que uma divisão de partidos como o PT e o PSol na primeira etapa da disputa favoreça Melo ou deixe a chapa de esquerda de fora do segundo turno.
A cabeça de chapa, tradicionalmente, é um dos principais empecilhos para a formação de uma aliança mais ampla, já que o PT não costuma ceder seu protagonismo. Na eleição de 2020, o partido apoiou Manuela d’Ávila (PCdoB), que garantiu lugar no segundo turno, mas acabou derrotada por Melo. Um dos nomes que viabilizariam a união é de Olívio Dutra. Mas ainda não há indicativos de que o ex-governador toparia o desafio.
Presidente do PSol em Porto Alegre e integrante da executiva nacional do partido, Roberto Robaina defende que a definição precisa ocorrer logo. “Temos que decidir a chapa majoritária ainda este ano”, disse.