Haddad: reforma sobre renda e consumo não visa aumento da arrecadação

Renúncias fiscais e desonerações vêm sendo revistas, disse ministro

Foto: Diogo Zacarias / Ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta quinta-feira que a reforma tributária sobre o consumo, em tramitação no Senado, e a reforma sobre o imposto de renda, que ainda vai ser apresentada pelo governo ao Congresso Nacional, tenham como objetivo aumentar a arrecadação para ajudar no ajuste fiscal.

“A reforma sobre a renda e sobre o consumo não podem ter como objetivo o ajuste fiscal. O ajuste fiscal está sendo feito com base em outros pressupostos… a eliminação dos penduricalhos que afetam o sistema tributário como um todo, inclusive o estadual. Estamos falando de renúncias [fiscais] da ordem de 6% do PIB [Produto Interno Bruto]“, afirmou Haddad, que participou da apresentação de 17 propostas para reformas financeiras no país, nesta quinta, no Rio de Janeiro.

Segundo o ministro, renúncias fiscais e desonerações vêm sendo revistas “à luz do impacto social, na maioria das vezes, baixo”. Haddad informou que a pasta está com muita cautela em relação à reforma do imposto de renda, que classificou de muito complexa. Segundo o ministro, a reforma sobre a renda vai precisar de um processo de amadurecimento por ter sido menos discutida que a reforma tributária sobre o consumo, atualmente em curso.

“A mãe de todas as reformas é a tributária, sobretudo sobre o consumo. Ela tem impacto muito grande na produtividade. Porque hoje, infelizmente, o sistema tributário é tão desorganizado que premia o menos eficiente”, afirmou. “Se a gente não endereçar essas reformas e fazer o país crescer, as tensões, logo mais, vão se acirrar novamente. E tudo o que nós precisamos agora é nos afastar desse ambiente de acirramento de tensões e voltar para o modelo de desenvolvimento em harmonia entre os poderes para a gente conseguir vislumbrar um horizonte para o país. Eu sou um otimista”, acrescentou Haddad.