Bancos já “limparam” nomes de mais de 1,4 milhão de pessoas em renegociação do Desenrola

Números, ainda parciais, foram fornecidos pelo C6 Bank, Bradesco, Inter e Caixa, que vai abrir agências uma hora mais cedo nesta sexta-feira

Foto: Célia Bastos / USP Imagens / Divulgação / CP

Em três dias, mais de 1,4 milhão de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 tiveram os nomes “limpos” pelos bancos na primeira fase do Desenrola. O programa de renegociação de dívidas, lançado pelo governo federal na última segunda-feira, levou o Bradesco a realizar a baixa da negativação de 621 mil dívidas de até R$ 100, limpando mais de 580 mil CPFs. O C6 Bank tirou do negativo 456 mil CPFs, a Caixa beneficiou 225 mil, e o banco Inter, 1,5 mil.

Já o Itaú Unibanco fechou mais de 160 mil propostas de renegociação com os clientes em canais digitais e registrou aumento de 65% nos acordos de dívidas em relação aos últimos três meses. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) ainda não divulgou um balanço geral de renegociações reunindo todos os participantes do programa.

A Caixa informou ainda que, nos primeiros dias de Desenrola, já encaminhou 10 mil negociações de crédito à vista e a prazo no âmbito do Desenrola, além de 22 mil atendimentos a clientes.

Para atender ao aumento da demanda, o banco público abre as agências uma hora mais cedo, nesta sexta-feira, em um esforço de renegociação tanto do Desenrola quanto de programas da própria instituição.

O Itaú também ampliou o horário de atendimento digital, por site, aplicativo e WhatsApp, para os interessados em aderir ao Desenrola, das 7h às 24h.

Primeira etapa
A primeira fase vai contemplar dívidas bancárias feitas entre 2019 e 31 de dezembro de 2022. Pessoas físicas que tiverem dívidas bancárias de até R$ 100 ficarão automaticamente com o nome limpo nas instituições. No entanto, o não pagamento das parcelas renegociadas leva a uma nova negativação.

O programa, que fica em vigor até 31 de dezembro de 2023, divide os beneficiados em duas faixas, começando pela 2, destinada a pessoas físicas com renda entre dois salários mínimos (R$ 2.640) e R$ 20 mil, com dívidas em banco sem limite de valor.

Nessa fase, os bancos vão oferecer a possibilidade de renegociação diretamente nos canais com os clientes. Com isso, as condições diferem de uma instituição para outra.

Já a faixa 1, voltada para pessoas físicas com renda mensal de até dois salários mínimos ou que constem no CadÚnico (Cadastro Único, dos beneficiários dos programas sociais do governo federal) com dívidas de até R$ 5 mil, vai ter o prazo de negociações aberto ao longo do segundo semestre. O governo desenvolve uma plataforma específica para esse público.

Renegociações

Nas renegociações, o C6 oferece desconto de até 95% e permite pagamentos em até 72 parcelas com entrada reduzida e juros a partir de 1,2% ao mês. “Teremos ofertas exclusivas e bem competitivas nos pacotes do Desenrola. Todos os devedores devem procurar o C6 Bank para ter acesso a essas condições especiais”, disse em nota o head de produtos do banco, Maxnaun Gutierrez.

“O programa Desenrola Brasil é resultado de uma parceria muito bem-sucedida entre os bancos e o governo federal, com potencial de recuperar a saúde financeira de milhões de famílias e reintroduzi-las na economia”, afirmou ele.

Já a Caixa concede descontos de até 90% no pagamento de dívidas à vista. Nos parcelamentos, é possível pagar os valores devidos em períodos entre 12 e 96 meses, com a primeira parcela em 30 dias e entrada de 10% do valor da dívida.

Nesta quinta-feira, o Nubank confirmou que vai participar do programa e informar, em breve, as condições e os critérios para renegociações, assim como os canais de atendimento.

Já a Serasa afirmou que, de segunda a quarta-feira, foram registradas 600.057 dívidas negociadas, mas de uma forma geral, posto que a plataforma ainda não identifica as renegociações que dizem respeito somente ao Desenrola.