Japão suspende importação de produtos avícolas de SC após registro de H5N1 em ave doméstica 

Associações e sindicatos do setor lamentaram a decisão 

Foto: Mauro Schaefer / CP Memória

Após o governo federal confirmar o registro de um foco de influenza aviária de alta patogenicidade em uma galinha de produção de subsistência no município de Maracajá, no último sábado, o Japão suspendeu a importação de produtos avícolas de Santa Catarina, nesta segunda-feira. O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura enviou um ofício aos frigoríficos aptos a exportar para o país asiático confirmando a decisão. O embargo, segundo o documento, partiu do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAF). 

No documento, o ministério afirmou que “está realizando as gestões necessárias para prestar os devidos esclarecimentos às autoridades japonesas”. O país asiático já havia embargado as importações de produtos avícolas do Espírito Santo, em junho, quando um caso de gripe aviária se confirmou em um pato. 

As Associações Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne – SC) lamentaram a decisão. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, os embarques mensais de carne de frango de plantas catarinenses para o Japão correspondem a menos de 3% do total exportado pelo Brasil.

A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC dizem esperar que parte do impacto da suspensão imposta seja absorvida por outras unidades frigoríficas também habilitadas a exportar, localizadas em outros estados – diminuindo, assim, os efeitos negativos para as exportações brasileiras e aos consumidores japoneses. 

Conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o Brasil mantém o status de livre de Influenza Aviária porque não há registro da doença na produção industrial de frango. 

Ao mesmo tempo, as associações declararam apoio ao trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, juntamente com a Secretaria de Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina no monitoramento do caso de Influenza Aviária.

A ABPA, a ACAV e o Sindicarne-SC repetiram que não há qualquer risco no consumo dos produtos, conforme a Organização Mundial da Saúde, a Organização Mundial de Saúde Animal, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação e todos os órgãos internacionais de saúde humana e animal. As entidades do setor garantem, em paralelo, que todos os protocolos de biosseguridade seguem elevados no país.

O Brasil soma 64 focos de IAAP detectados no Espírito Santo, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.