Exceto a classe de renda alta, todas as demais faixas de renda apresentaram deflação em junho, com destaque para o segmento de renda muito baixa, cujos preços dos bens e serviços consumidos recuaram, em média, 0,16%. Os dados fazem parte Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Em contrapartida, as famílias de renda alta apresentaram uma taxa de inflação de 0,10%, impactada, sobretudo, pelos reajustes dos preços dos serviços relacionados à habitação.
No acumulado do ano, até junho, enquanto a classe de renda muito baixa aponta a menor taxa de inflação (2,48%), a faixa de renda média-alta registra a maior taxa (3,06%). Já no acumulado em doze meses, os dados mostram que a menor taxa apurada está na faixa de renda média- -baixa (2,96%), ao passo que a maior está na classe de renda alta (4,13%). Para as famílias com renda muito baixa, a alta da inflação nos últimos 12 meses, encerrados em junho, é de 3,38%.
O principal alívio inflacionário em junho veio da deflação dos alimentos no domicílio, tendo em vista que 11 dos 16 subgrupos que compõem esse conjunto de itens apresentaram queda de preços nesse mês. O recuo dos preços de itens importantes, como cereais (-1,8%), carnes (-2,1%), leites e derivados (-1,3%), óleos e gorduras (-5,3%), frutas (-3,4%), hortaliças (-3,8%) e tubérculos (-0,76%). Em contrapartida, os reajustes da energia elétrica (1,4%), da taxa de água e esgoto (1,7%) e do condomínio (1,7%) podem ser apontados como os principais pontos de pressão sobre o grupo habitação, que exerceu a maior contribuição positiva à inflação em junho.