Produção industrial cresce em dez dos 15 locais pesquisados em maio, diz IBGE

No Rio Grande do Sul o resultado foi negativo em -0,1%

Crédito: José Paulo Lacerda/CNI

Na passagem de abril para maio, a produção industrial brasileira avançou 0,3%, com crescimento em dez dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. Na comparação com maio de 2022, a indústria cresceu 1,9% e as taxas positivas foram verificadas em 12 dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses a variação foi nula (0,0%), com dez dos 15 locais analisados mostrando resultados negativos. As maiores altas foram registradas por Amazonas (12,8%), Pernambuco (5,6%) e Paraná (5,3%). No Rio Grande do Sul o resultado foi negativo em -0,1%, vindo de um desempenho positivo de 3,8% em abril. Os dados foram divulgados hoje (13) pelo IBGE.

O destaque de maio foi o crescimento da indústria do Amazonas (12,8%), com a taxa mais alta desde dezembro de 2021 (13,7%), após queda de 15,7% verificada em abril. Foi a segunda maior influência no resultado nacional, perdendo apenas para São Paulo. “O bom desempenho da indústria amazonense em maio se deve a alguns setores bastante importantes para a atividade industrial no estado, como o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, de equipamentos de transporte e de bebidas”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.  Ele lembra que o resultado deste mês elimina parcialmente a perda que a indústria do Amazonas teve em abril.

CRESCIMENTO

Maior parque industrial do país, São Paulo teve crescimento de 2,9% na passagem de abril para maio. Trata-se da terceira taxa positiva seguida da indústria paulista, acumulando um ganho de 3,6%. “No caso de São Paulo, os setores de derivados de petróleo, de alimentos, no que tange a produção do açúcar, e de veículos automotores se destacaram. Com esse crescimento de 2,9%, o estado consegue se estabelecer 0,6% acima do seu patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). Mesmo assim, São Paulo está 21,8% abaixo de seu nível mais alto de produção industrial, alcançado em março de 2011.

No lado das quedas, Santa Catarina (-2,7%), Bahia (-2,4%) e Rio de Janeiro (-1,5%) registraram as taxas negativas mais expressivas. “O recuo da indústria no Rio de Janeiro, o segundo consecutivo, gerando uma perda acumulada de 3,3%, teve os setores de derivados de petróleo e produtos farmacêuticos como principais fatores. Em Santa Catarina, o setor de metalurgia foi determinante para a eliminação do ganho de 0,9% obtido em abril. Já na Bahia, depois do ganho acumulado de 11,7% nos três meses anteriores, os segmentos de derivados de petróleo e metalurgia foram os principais motivos para a retração”, destaca Bernardo.

COMPARAÇÃO ANUAL

O setor industrial cresceu 1,9% frente a maio do ano passado e, regionalmente, 12 dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado positivo. Vale lembrar que maio de 2023 (22 dias) teve o mesmo número de dias úteis do que igual mês do ano anterior (22). As maiores altas foram registradas por Pará (29,6%), Amazonas (7,6%), Pernambuco (6,3%), Mato Grosso (5,3%), Minas Gerais (5,2%), Paraná (5,0%), Mato Grosso do Sul (4,5%), Rio Grande do Norte (4,2%), Rio de Janeiro (2,9%) e São Paulo (2,6%).

O avanço acentuado observado no Pará foi causado não só pela baixa base de comparação, uma vez que recuou 20,9% em maio de 2022, mas também pelo crescimento de 36,6% de indústrias extrativas (minérios de ferro, de manganês e de cobre – em bruto ou beneficiados). Espírito Santo (1,3%) e Goiás (0,2%) completaram a lista de estados que apresentaram alta na produção no índice de maio de 2023.

No sentido oposto, Maranhão (-9,6%) e Ceará (-8,1%) tiveram as quedas mais expressivas. A produção industrial maranhense sofreu efeitos do comportamento negativo dos setores de metalurgia (óxido de alumínio) e indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados e gás natural).

No Ceará, os principais responsáveis pelo resultado negativo foram a confecção de artigos de vestuário e acessórios (vestuário infantil e seus acessórios, calcinhas, camisas, blusas e semelhantes de uso masculino, calças compridas, sutiãs, vestidos e bermudas, jardineiras, shorts, calças e semelhantes), produtos químicos (herbicidas e inseticidas para uso na agricultura) e produtos de metal (rolhas, tampas ou cápsulas metálicas e latas de alumínio para embalagens).

Santa Catarina (-4,4%), Bahia (-3,3%), Região Nordeste (-2,7%) e Rio Grande do Sul (-0,4%) foram os outros locais que recuaram nesta comparação.