Caso Bernardo: negado pedido de prisão domiciliar à madrasta do menino

Graciele recebeu pena de 34 anos e 7 meses de reclusão pela morte e ocultação do cadáver do enteado, em 2014

Foto: Mauro Schaefer/CP Memória

A justiça estadual negou, nesta quarta-feira, o pedido de prisão domiciliar ajuizado pela defesa de Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Boldrini e ré pelo assassinato da criança, cometido em 2014. Na decisão, o juiz Geraldo Anastácio Brandeburski Júnior, do 1º Juizado da 2ª Vara de Execuções Penais de Porto Alegre, entendeu que os argumentos apresentados pela defesa da ré não atendem os critérios para o cumprimento de pena nesse regime.

A defesa de Graciele argumentou que os pais da ré dependem de cuidados especiais e que Graciele pretende fazer curso superior, depois de aprovada para o curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), no campus de Cruz Alta. O pedido também alegou que a detenta não cometeu nenhuma falta disciplinar durante os 10 anos de pena que já cumpriu.

Conforme o juiz, a prisão domiciliar, em princípio, só é admitida para presos do regime aberto e exceções só são aceitas dentro de critérios não aplicáveis a esse caso. Segundo Geraldo Júnior, não há demonstração no pedido de que os pais de Graciele estejam em situação de desamparo ou que não estejam sendo cuidados pelos demais familiares. O juiz também avaliou que somente a aprovação em universidade não basta para acatar o pedido. Na decisão, o magistrado também considerou que a detenta ainda precisa cumprir 24 anos e 10 dias de pena.

Graciele recebeu pena de 34 anos e 7 meses de reclusão pela morte e ocultação do cadáver do enteado.

Caso
Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, em março de 2014. Ele teve o corpo encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade às margens do rio Mico, na cidade vizinha de Frederico Westphalen.

No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime, com a ajuda da amiga dela, Edelvania Wirganovicz. Dias depois, a Polícia prendeu Evandro Wirganovicz, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino teve o corpo enterrado.